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Aposta na alta da energia faz BTG faturar R$ 350 mi

Lucro é certo porque boa parte da energia que possui em carteira foi comprada da usina de Santo Antônio, segundo fontes, há dois anos, por cerca de R$ 150


	Cabos de transmissão de energia elétrica: banco apostou que preços iriam subir e em janeiro e fevereiro teve faturamento de cerca de R$ 350 milhões no mercado à vista
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Cabos de transmissão de energia elétrica: banco apostou que preços iriam subir e em janeiro e fevereiro teve faturamento de cerca de R$ 350 milhões no mercado à vista (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 31 de março de 2014 às 09h49.

São Paulo - Em apenas dois meses, a mesa de energia do BTG Pactual, do banqueiro André Esteves, faturou alto com a escassez de chuvas no país que estão esvaziando os reservatórios das usinas hidrelétricas.

O banco apostou que os preços iriam subir e em janeiro e fevereiro teve um faturamento de cerca de R$ 350 milhões no mercado à vista. Boa parte deve se reverter em lucro.

A instituição não quis falar sobre o assunto, mas conforme apurou o jornal O Estado de S. Paulo com fontes próximas ao banco a exposição do BTG em janeiro quando a energia chegou a R$ 378 o MWh era de 500 MW e em fevereiro, com a energia a R$ 822, a exposição era de 400 MW.

O lucro é certo porque boa parte da energia que possui em carteira foi comprada da usina hidrelétrica de Santo Antônio, segundo fontes próximas à usina, há dois anos, por cerca de R$ 150. Isso significa que a diferença será revertida em lucro para o BTG.

Como os preços da energia continuam elevados e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) já divulgou que em março mais uma vez o preço é de R$ 822 o MWh, os ganhos poderão inflar consideravelmente o lucro do banco no trimestre.

Para se ter uma ideia, o lucro de todo o grupo BTG do primeiro trimestre do ano passado foi de R$ 612 milhões. Poderá quase dobrar se em março o banco continuar com as posições em aberto na CCEE.

Alguns analistas são ainda mais otimistas e já vislumbram ganhos durante todo o ano. Como não há previsões de que as chuvas voltem tão cedo, os preços no mercado à vista devem continuar inflados. Assim, o banco poderá reverter o quadro do ano passado quando registrou uma das piores rentabilidades de sua história.

Quando angariou sócios estrangeiros, formados principalmente por fundos soberanos da China, de Cingapura e de Abu Dabi, além de famílias da Itália e da Colômbia, o banqueiro André Esteves prometeu rentabilidades de 25% ao ano, segundo contam algumas fontes. No ano passado, a rentabilidade foi de apenas 18% e durante teleconferência de resultados o banqueiro não quis arriscar em previsões muito otimistas para este ano, se limitando a buscar retornos de 20%.

A estratégia do banco, desde seu início, tem sido diversificar fortemente a atuação, se espelhando em grandes bancos de investimentos internacionais. Foi assim que o BTG se tornou o primeiro banco do País a apostar na comercialização de energia, comprando a comercializadora Coomex em 2010. No ano passado, o banco também investiu pesado em equipes para implantar uma área internacional de commodities.

Mas 2013 foi um ano difícil em termos de resultado e o lucro do banco caiu 15%, ficando em R$ 2,77 bilhões. Parte foi reflexo da própria economia e também do cenário mundial de saída de recursos de emergentes. A bolsa brasileira perdeu valor e está pouco favorável a lançamento de novas ações.

Com isso, muitas empresas dos fundos de ‘private equity’ do banco, que compram companhias com o objetivo de mais tarde vender ações em bolsa, não puderam levar suas empresas a mercado.

O banco também se desfez de mais de R$ 70 bilhões em ativos de sua carteira de investimentos alocados no BTG Investimentos, ou cerca de 60% do total de ativos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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