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Após vender Orlando City por R$ 2 bi, Flavio Augusto se afasta do futebol

Fundador da Wise Up diz que modelo do futebol brasileiro inviabiliza investimentos. Empresário irá se concentrar no mercado de educação

Flavio Augusto da Silva, fundador da Wise Up: "Seria maravilhoso poder comprar o Flamengo" (Flávio Augusto da Silva/Wise Up/Divulgação)

Flavio Augusto da Silva, fundador da Wise Up: "Seria maravilhoso poder comprar o Flamengo" (Flávio Augusto da Silva/Wise Up/Divulgação)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 13 de maio de 2021 às 12h17.

Última atualização em 13 de maio de 2021 às 12h19.

Para o empresário Flavio Augusto da Silva, fundador da rede de escolas de inglês Wise Up e que acaba de vender seu time de futebol, o Orlando City, da liga americana, o futebol é um excelente negócio, desde que o investimento não seja em clubes brasileiros. O problema não está na qualidade do futebol jogado no país ou de seu potencial de crescimento, e sim no modelo. “Os clubes são associações e, portanto, entidades políticas”, diz o empresário. “Seria maravilhoso poder comprar o Flamengo, mas não é possível.”

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Augusto entrou no mundo do futebol em 2013, quando adquiriu a franquia Orlando City da liga americana de futebol, a Major League Soccer (MLS), por cerca de 200 milhões de dólares. Na quarta-feira, 12, o empresário anunciou a venda do negócio pelo dobro do valor investido. Considerando que o câmbio, há oito anos, estava na casa dos 2,2 reais, e hoje está acima de 5 reais, foi um excelente negócio. “Fui muito bem-sucedido nesse investimento”, atesta o empresário.

Quem comprou foi a família Wilf, cujos maiores expoentes são os irmãos Ziggy e Mark, que fizeram fortuna no setor imobiliário e, na mesma época em que Augusto comprou o Orlando City, adquiriu a franquia de futebol americano Minnesota Vikings. O time da NFL, um dos mais tradicionais da liga (embora nunca tenha sido campeão), tem valor de mercado estimado em 2,7 bilhões de dólares, seis vezes maior do que o valor pago pela equipe de soccer.

Segundo Flavio Augusto, apesar de não ser o esporte mais popular, o futebol jogado com os pés vem crescendo 15% ao ano nos Estados Unidos. “A venda não aconteceu apenas pelo potencial futuro do esporte, mas pelo que ele já representa em termos de mercado”, diz o empresário.

O que faz os esportes americanos serem atrativos financeiramente é o fato de os clubes serem tratados como negócios, diz o empresário. Cada equipe da MLS é, também, acionista da liga. Ou seja, todo dinheiro investido pertence aos gestores do campeonato, que têm prejuízo se a liga vai mal. “No caso de uma associação, o gestor não tem essa responsabilidade”, diz Augusto. Alguns times na Europa já são geridos da mesma forma, como o Manchester City, da Inglaterra, que pertence a um conglomerado com investimentos em diversas ligas, incluindo a americana.

Apesar o investimento bem-sucedido, Flavio Augusto não planeja voltar ao futebol tão cedo. Ele agora vai se dedicar à Wiser, holding que controla as empresas de educação Wise Up, Number One e meuSucesso. Se bem que, para ele, o esporte nunca foi um hobby. A entrada no futebol se deu por razões puramente de negócios, diz ele. Nunca se sabe quando surgirá uma outra oportunidade.

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