Negócios

Após privatização, Eletrobras quer se tornar uma empresa global

Objetivo é ser uma das três maiores em energia renovável do mundo em projetos de hidrelétrica, solar e eólica

Eletrobras: as projeções fazem parte do Plano de Negócios 2020/24 da companhia que está em fase final de conclusão (SOPA Images/Getty Images)

Eletrobras: as projeções fazem parte do Plano de Negócios 2020/24 da companhia que está em fase final de conclusão (SOPA Images/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 10 de dezembro de 2019 às 19h48.

Após a privatização, que deve ocorrer no próximo ano,  a Eletrobras quer se tornar uma empresa global e ser uma das três maiores empresas de energia renovável do mundo em projetos de energia  hidrelétrica, solar e eólica. A informação foi dada nesta terça-feira pelo presidente da companhia, Wilson Ferreira Júnior, ao destacar que somente com a venda a companhia terá condições de  aumentar seus investimentos em geração e transmissão de energia.

As projeções fazem parte do Plano de Negócios 2020/24 da companhia que está em fase final de conclusão. "A Eletrobras, no momento em que for privada, deve olhar para a América Latina como uma região onde  tem características distintas  para investir", ressaltou Wilson Ferreira.

Ao destacar a importância da privatização da Eletrobras para que a companhia volte a ter capacidade de investir, Wilson Ferreira lembrou que a companhia tinha 55% do mercado de transmissão de energia e caiu para 45%, enquanto que sua participação na geração de energia no país caiu de 35% para 30%.

Atualmente, a companhia está investindo cerca de R$ 3 bilhões por ano, insuficientes para manter as demandas crescentes do setor elétrico no país. O novo plano de negócios será apresentado ao Conselho de Administração da Eletrobras na próxima semana.

No próximo ano a Eletrobras, prevê investimentos entre R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões, apenas. Para manter sua posição em geração e transmissão no mercado, a Eletrobras teria que estar investindo pelo menos cerca de R$ 12 bilhões por ano, de acordo com o executivo.

"Os brasileiros precisam de energia para crescer, precisam de investimentos  para rodar a economia, gerar desenvolvimento, gerar mais energia com tarifas mais baixas e isso só será possível quando a empresa tiver capacidade de investimentos", afirmou.

"Todos os projetos de geração a serem entregues terminam agora em janeiro.  A  empresa precisa ter condições para investir em novos projetos".

A empresa continua realizando um profundo programa de reestruturação interna com enxugamento de pessoal, que já está em cerca de 12.500  mil empregados, com perspectiva de chegar a 12 mil até o fim do ano,  com forte redução de custos. A previsão é que ainda em 2019 a geração de caixa chegue a cerca de R$ 10 bilhões. A geração da receita operacional bruta nos oito primeiros meses do ano atingiu R$ 7 bilhões.

Wilson Ferreira disse acreditar que o Congresso Nacional deverá conseguir aprovar o projeto de lei que trata da privatização da Eletrobras ainda no primeiro semestre do próximo ano, antes das  eleições  municipais, permitindo que a abertura de capital da estatal ocorra no segundo semestre.  Segundo o executivo a União poderá ficar com cerca de 45% do capital da Eletrobras após a abertura do capital da empresa, mas isso ainda não está definido.

Ele lembrou que a parcela que continuar com a União poderá ter uma boa valorização, a exemplo do que ocorreu com a BR Distribuidora, na qual a Petrobras vendeu seu controle em julho último.

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