Negócios

Após prejuízo, PDG não prevê novos ajustes de custos

O resultado negativo apurado de abril a junho foi decorrente principalmente de um acréscimo de R$ 478 milhões em custos


	Se excluídos tais ajustes, a empresa teria lucro líquido de R$ 4,9 milhões no período
 (Raul Junior)

Se excluídos tais ajustes, a empresa teria lucro líquido de R$ 4,9 milhões no período (Raul Junior)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2012 às 11h07.

São Paulo - Após sofrer prejuízo líquido de 450,1 milhões de reais no segundo trimestre, a PDG Realty espera não ter de lidar com novas revisões orçamentárias nos próximos trimestres, embora não descarte eventuais surpresas.

O resultado negativo apurado de abril a junho foi decorrente principalmente de um acréscimo de 478 milhões de reais em custos, sendo a maior parte proveniente de obras de terceiros e parceiros. Se excluídos tais ajustes, a empresa teria lucro líquido de 4,9 milhões de reais no período.

"Tentamos ser bastante cuidadosos revisando uma proporção relevante dos nossos projetos, com dados mais atualizados", afirmou o presidente-executivo da PDG, Zeca Grabowsky, em teleconferência nesta terça-feira.

"Esse número vai valer por muito tempo, mas infelizmente se houver surpresas faremos eventuais ajustes trimestre a trimestre... mas não é expectativa ter faltado algum ajuste", acrescentou.

O executivo se referiu à revisão detalhada realizada em todos canteiros de obras da companhia, após identificar uma série de problemas nos últimos trimestres.

Além de problemas no caso de obras terceirizadas, Grabowsky apontou atrasos causados por problemas com documentações e com algumas prefeituras, dificultando a obtenção do "Habite-se", documento que autoriza o início da utilização de um imóvel.

Em meio a essa demora, a PDG revisou a expectativa de obter 38 mil "Habite-se" neste ano para o intervalo entre 34 mil e 35 mil, o que levou a uma redução da previsão de entregas de imóveis em 2012.

Assim, a companhia espera entregar de 28 a 30 mil unidades no fechado deste ano, reposicionando as restantes para 2013.

Diante da nova previsão, a PDG terá de contabilizar entre 9 mil e 10 mil entregas a cada trimestre até o fim de 2012. Na primeira metade do ano, foram entregues cerca de 10 mil imóveis.

"Essa é a expectativa mais realista a partir de hoje", afirmou Grabowsky. "Para 2013 voltaremos ao patamar de 32 mil a 35 mil (entregas)".


Reorganização de operações

Buscando reduzir os impactos dos problemas já identificados daqui para frente, a PDG reorganizou suas operações e, segundo Grabowsky, já começou a ver indícios de melhora no início do atual trimestre.

"Maio foi ruim, julho foi um mês mais fraco por ser período de férias, mas agosto já está sendo melhor", disse ele.

A companhia aumentou sua participação em obras próprias e, na primeira metade do ano, já controlava 92 por cento do total, com o objetivo de identificar possíveis desvios de orçamento com antecedência.

A PDG também diminuiu o número unidades a serem lançadas e aumentou a concentração na região Sudeste.

No início de julho, a empresa reduziu pela segunda vez a previsão de lançamentos para este ano, para o intervalo de 4 bilhões a 5 bilhões de reais, contra projeção anterior de 8 bilhões a 9 bilhões de reais.

Em abril, a companhia já havia cortado a estimativa inicial de 9 bilhões a 11 bilhões de reais de lançamentos em 2012.

Até junho, a PDG cumpriu 34 por cento do ponto médio da previsão anual, restando um saldo de 2 bilhões a 2,5 bilhões de reais para o segundo semestre.

Grabowsky, entretanto, não fez previsões para o próximo ano, quando terá um grande volume de unidades a serem entregues. "Ainda não temos expectativa exata de lançamentos para 2013", disse.

Acompanhe tudo sobre:BalançosConstrução civilEmpresasPDGPrejuízo

Mais de Negócios

'E-commerce' ao vivo? Loja física aplica modelo do TikTok e fatura alto nos EUA

Catarinense mira R$ 32 milhões na Black Friday com cadeiras que aliviam suas dores

Startups no Brasil: menos glamour e mais trabalho na era da inteligência artificial

Um erro quase levou essa marca de camisetas à falência – mas agora ela deve faturar US$ 250 milhões