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Após escândalo, Volks demite presidente, diz imprensa alemã

Montadora é acusada pelo governo dos EUA de ter equipado milhões de carros com um software que mascara a emissão de poluentes


	Martin Winterkorn: CEO da Volkswagen deve ser substituído pelo da Porsche, Mathias Muller
 (Getty Images)

Martin Winterkorn: CEO da Volkswagen deve ser substituído pelo da Porsche, Mathias Muller (Getty Images)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 28 de setembro de 2015 às 10h58.

São Paulo - Depois de ser acusada pelo governo dos Estados Unidos de ter equipado quase meio milhão de carros com um software que mascara a emissão de poluentes, a Volkswagen demitiu nesta terça-feira (22) o presidente global Martin Winterkorn, segundo o site alemão Der Tagespiegel.

De acordo com a publicação, fontes informaram que o executivo será substituído pelo atual presidente da Porsche, Matthias Müller.

Ainda conforme divulgou o Der Tagespiegel, a presidência do conselho da empresa deve se reunir na quarta-feira e uma reunião com todos os vinte membros do conselho fiscal deve acontecer na sexta-feira.

A Volkswagen, entretanto, nega a saída de Winterkorn. Ao site norte-americano Business Insider, um porta-voz da montadora disse apenas que a empresa não pode comentar nada neste momento. "Agora temos que esperar", afirmou.

O escândalo

A montadora alemã é acusada pela Agência de Proteção Ambiental norte-americana (EPA), na sigla em inglês, de ter usado em motores a diesel um software que mascara as emissões de poluentes durante testes.

Esse tipo de motor teria equipado modelos da Volks e também da Audi. Ao rodar normalmente, ele liberaria na atmosfera até 40 vezes mais gases do que o permitido pela regulação.

Nesta terça-feira, a empresa anunciou que o caso é bem maior do que se imaginava e que até 11 milhões de carros em todo o mundo poderão ser afetados pelo problema. A companhia também disse que reservará 6,5 bilhões de euros no trimestre para cobrir despesas relacionadas à polêmica, o que a forçará a reduzir a projeção de lucro para o ano.

Além disso, a Volkswagen está sujeita a investigações nos Estados Unidos e poderá receber multas de até 18 bilhões de dólares.

Os reguladores da União Europeia também vão se reunir para discutir como lidar com o escândalo, que deve prejudicar a economia do bloco.

Na segunda-feira, as ações da companhia despencaram 20%, sua maior queda na história.

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