Melinda e Bill Gates. (Global Citizen/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 7 de julho de 2021 às 15h17.
Bill Gates e Melinda French Gates às vezes referiram-se à fundação que estabeleceram juntos como seu "quarto filho". Se nos próximos dois anos eles não conseguirem encontrar uma maneira de trabalhar juntos após o divórcio, Bill Gates poderá retirar a ex-mulher do comando e terá a custódia total do empreendimento.
Essa foi uma das lições mais importantes de uma série de anúncios sobre o futuro da maior fundação de caridade do mundo feita na quarta-feira por seu presidente-executivo, Mark Suzman, ofuscando uma injeção de mais US$ 15 bilhões em recursos que serão somados aos US$ 50 bilhões anteriormente acumulado em seu patrimônio ao longo de duas décadas.
“Eles concordaram que, se depois de dois anos, qualquer um deles decidir que não podem continuar a trabalhar juntos, Melinda irá renunciar como co-presidente e curadora”, disse Suzman em uma mensagem aos funcionários da fundação na quarta-feira.
Se isso acontecer, acrescentou ele, Melinda "receberá recursos pessoais de Bill para seu trabalho filantrópico" separados da doação da fundação.
O dinheiro em jogo ressalta a estranha mistura de significado público — em saúde global, redução da pobreza e igualdade de gênero, entre outras áreas importantes — e assuntos privados que acompanham qualquer movimento feito pelo casal, mesmo após o anúncio de sua separação.
A fundação planeja adicionar outros curadores fora de seu círculo íntimo, um passo em direção a uma melhor governança que os especialistas em filantropia preconizam há anos.
Quando anunciaram seu divórcio em maio, Bill e Melinda observaram a importância do trabalho feito pela fundação que construíram juntos e disseram que "continuam a acreditar nessa missão".
No anúncio desta quarta-feira, cada um reforçou esses sentimentos.
“Esses novos recursos e a evolução da governança da fundação sustentarão essa missão ambiciosa e trabalho vital nos próximos anos”, disse Gates em um comunicado.
Melinda, por sua vez, enfatizou a importância de expandir o conselho.
“Essas mudanças de governança trazem perspectivas e experiências mais diversas para a liderança da fundação. Acredito profundamente na missão da fundação e permaneço totalmente comprometido como co-presidente de seu trabalho”, disse em seu comunicado.
Imediatamente após o anúncio do divórcio, não ficou claro como eles compartilhariam o controle da instituição. O anúncio desta quarta-feira indicou que, se eles não conseguem resolver suas diferenças, é Gates, o co-fundador da Microsoft, que manterá o controle, já que essencialmente paga para tirar sua ex-mulher da fundação.
Suzman acrescentou que não sabia qual o montante que ela receberia se chegasse a esse ponto. Mas qualquer pagamento provavelmente seria significativo.
Registros públicos mostram que bilhões de dólares em ações já foram transferidos para o nome de Melinda desde que o divórcio foi anunciado. Ela persegue suas próprias prioridades por meio de uma organização separada conhecida como Pivotal Ventures. Bill Gates também tem seu próprio grupo, Gates Ventures.
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