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Após dívida explodir, frigorífico Minerva se explica a investidores

Companhia entrou em dificuldades após comprar unidades da JBS e ver dólar disparar

MINERVA: ações da Companhia caíram 54% em 2018 (Ricardo Benichio/Exame)

MINERVA: ações da Companhia caíram 54% em 2018 (Ricardo Benichio/Exame)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2018 às 06h20.

Última atualização em 14 de setembro de 2018 às 07h02.

O frigorífico Minerva vai tentar acalmar seus investidores nesta sexta-feira, explicando o novo plano de recuperação e reestruturação, que fez com que as ações caíssem mais de 3,8%, na quarta-feira. A companha de alimentos vai entregar uma cartilha sobre um aumento de capital de 1 bilhão de reais, como uma tentativa de cobrir a dívida que explodiu nos últimos trimestres e chegou a cinco vezes a geração de caixa.

Para atrair os acionistas, a companhia vai conceder um bônus de subscrição – espécie de bônus que permite que o acionista compre uma ação e ganhe o direito de comprar outra depois – em até três anos. Essa “oferta” já foi utilizada em 2009, e promete ser a esperança de recuperação da Minerva.

Essas ações extras, segundo a Minerva, só poderão ser compradas por antigos investidores, a um valor de 6,42 reais. Como a maior acionista da companhia, a VDQ Holdings S.A. não demonstrou interesse em aumentar sua participação (de 28,2%), espera-se que a saudita Saudi Agricultura and Livestock Investment (Salic) adquira mais ações e passe participar com 33,3%, se tornando a maior na companhia.

Em conferência na quarta-feira, o diretor financeiro da companhia, Edison Ticle, explicou que a medida foi tomada por conta do elevado gasto na compra das unidades da JBS Mercosul, em 2017, e também por conta da valorização do dólar ante o real, que fez com que as dívidas em moeda estrangeira aumentassem.

A combinação de fatores fez com que a Minerva, tradicionalmente conservadora financeiramente (a ponto de ganhar, em 2016, o prêmio de melhor empresa do agronegócio de EXAME), entrasse em estado de alerta.

Em junho, a companhia devia 11 bilhões de reais, e possuía somente 4 bilhões de reais em caixa.  Em março, a empresa de alimentos revelou ter um patrimônio líquido negativo em 64 milhões de reais, além de um prejuízo de 926 milhões de reais no segundo trimestre.

A esperança parece ter pousado no território chileno. Na mesma conferência, representantes da companhia confirmaram a abertura da subsidiária no país, a Athena Food, prevista para o ano que vem, que também pode arrecadar entre 1 e 1,5 bilhão de reais. Se ocorrer, dois terços do valor arrecadado será direcionado para a redução das dívidas da empresa, e um terço será utilizado no investimento da Colômbia, Argentina e Chile.

As ações da Minerva caíram 54% em 2018.

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