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Após denúncia contra CEO da Eletrobras, funcionários aderem greve

Além de lidar com a paralisação da equipe por 48 horas, a estatal também enfrenta hoje um julgamento na CVM por abuso de poder

Wilson Ferreira: os funcionários reclamam que Ferreira não está dialogando para o desligamento de funcionários

Wilson Ferreira: os funcionários reclamam que Ferreira não está dialogando para o desligamento de funcionários

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Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2017 às 06h20.

Última atualização em 28 de junho de 2017 às 16h18.

A quarta-feira deve ser um dia de embates na estatal de energia elétrica Eletrobras. Na CVM, a xerife do mercado, a discussão será com o governo. Isso porque o Conselho de Recursos da CVM, o chamado Conselhinho, se reúne para julgar a condenação da União por abuso de poder em sua controlada Eletrobras, em caso de maio de 2015.

Enquanto isso, internamente, funcionários da estatal enfrentam o presidente Wilson Ferreira e cruzam os braços a partir de hoje em uma greve de 48 horas.

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O julgamento da CVM acontece em um momento emblemático para a companhia, que vem tentando se livrar das interferências políticas desde que o engenheiro Wilson Ferreira assumiu o comando da estatal, em julho do ano passado.

Julgado em maio de 2015, o caso estabeleceu uma multa de 500.000 reais à União – valor máximo possível na época – por entender que houve interesse político e a União não votou no melhor interesse da empresa em assembleia de acionistas que tratou da renovação das concessões do setor elétrico em 2012.

Na época, o governo Dilma ofereceu às empresas de geração e transmissão de energia a renovação automática de concessões que venceriam em 2017.

Em troca, determinou a redução imediata das tarifas como parte de um pacote do governo. A redução tarifária acarretou em prejuízo bilionário para a Eletrobras e outras estatais.

Entre 2012 e 2015, a Eletrobras teve perdas de 30 bilhões de reais. O resultado só voltou ao azul em 2016, com lucro de 3,4 bilhões de reais.

Enquanto a CVM avalia o caso, os funcionários da área administrativa da Eletrobras de todo o país protestam contra o plano de demissão voluntária da empresa e o não pagamento da participação nos lucros.

Os funcionários reclamam que Ferreira não está dialogando para o desligamento de funcionários. A empresas pretende reduzir em 6.000 o número de empregados, além do desligamento de outros 6.000 com a venda de suas distribuidoras – prevista para o fim do ano.

O diálogo entre Ferreira e funcionários ficou mais difícil após a divulgação de um áudio do encontro de Ferreira com sindicalistas na semana passada. No áudio, o executivo chamou parte dos funcionários de “inúteis” e “vagabundos” para defender a necessidade das demissões.

“São 40% da Eletrobrás. 40% de cara que é inútil, não serve para nada, ganhando uma gratificação, um telefone, uma vaga de garagem, uma secretária”, disse o engenheiro.

A estatal é uma das muitas no país que sofre com o loteamento político de seus cargos. Em um comunicado interno, Ferreira pediu desculpas pelo ocorrido e reforçou a necessidade de mudanças da empresa, exibindo gráficos e revelando os números da empresa. O plano de demissão, portanto, continua.

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