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Após captar R$ 24 mi, foodtech Diferente abre CD e quer ir para fora de SP

Aberta em janeiro deste ano, a Diferente vende frutas e verduras fora do padrão considerado perfeito para as gôndolas dos supermercados

Saulo Marti, Paulo Monçores, Walter Rodrigues e Eduardo Petrelli, sócios da Diferente: frutas e verduras com descontos de até 50% ao consumidor final (Divulgação/Divulgação)

Saulo Marti, Paulo Monçores, Walter Rodrigues e Eduardo Petrelli, sócios da Diferente: frutas e verduras com descontos de até 50% ao consumidor final (Divulgação/Divulgação)

LB

Leo Branco

Publicado em 30 de julho de 2022 às 11h51.

Quatro meses após receber 24 milhões de reais numa rodada de captação de recursos do tipo seed, a foodtech Mercado Diferente inaugura em julho um centro de distribuição logística nos arredores do Ceagesp, principal centro atacadista de hortifrútis do Brasil, na zona oeste de São Paulo.

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O espaço de 300 metros quadrados é 60% superior ao antigo e tem três docas para carga e descarga. O anterior tinha apenas uma.

O investimento é relevante para a foodtech ampliar a distribuição de alimentos para além da Grande São Paulo, foco inicial da empresa.

O que faz a Mercado Diferente

Aberta em janeiro deste ano, a Diferente vende frutas e verduras fora do padrão considerado perfeito para as gôndolas dos supermercados.

É o caso de uma maçã com um machucadinho na casca ou de uma cenoura que nasceu deformada e por aí vai.

Dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) apontam que cerca de 30% dos vegetais produzidos nas lavouras não chegam ao mercado, boa parte deles por não atenderem ao padrão estético esperado, gerando prejuízo aos produtores e dificultando a democratização do consumo de alimentos saudáveis.

O destino desses hortifrútis azarados é o lixo — poucos varejistas veem vantagem nesse tipo de alimento sem muita viabilidade comercial no ponto de venda.

Como é o modelo de negócio da foodtech

Os sócios da Diferente, com o perdão da expressão, pensam diferente. 

Por trás do modelo de negócio da Diferente está a lógica de comprar estoque diretamente dos produtores, a um custo abaixo do normalmente oferecido por frutas e verduras tidos como bonitões, e revender tudo isso a preços convidativos num app próprio. 

A Diferente vende assinaturas de cestas de frutas, legumes e verduras produzidas por produtores de orgânicos certificados entregues sempre com frete grátis. 

As cestas estão disponíveis em 3 tamanhos (individual, casal e família) e podem ser contratadas em assinaturas semanais, quinzenais ou mensais.

Essas cestas podem ser compostas por até 50% de alimentos fora do padrão, o que ajuda a combater o desperdício em toda a cadeia de produção além de permitir que as cestas do mercado Diferente custem até 40% menos do que custariam no mercado.

Negócios digitais com atuação de ponta a ponta em cadeias complexas, como a de alimentos, são conhecidos pela sigla DNVB (Digital Native Vertical Brands), ou seja, marcas verticais nativas do ambiente digital.

Quem são os sócios

“Nossa missão é tornar comidas saudáveis algo acessível na América Latina. A maioria da população do continente ainda não tem acesso aos alimentos saudáveis e o preço é a principal barreira para isso. Ao atender este mercado que, só no Brasil, está avaliado em 35 bilhões de dólares, temos também a oportunidade de lutar contra o desperdício e causar um impacto positivo para toda a sociedade”, diz Eduardo Petrelli, CEO e um dos sócios fundadores da Mercado Diferente. 

Antes da foodtech, Petrelli fundou a James Delivery, startup de entregas fundada em Curitiba e vendida ao Grupo Pão de Açúcar em dezembro de 2018.

Além de Petrelli, a Diferente tem entre os sócios fundadores mais gente com experiência em negócios de tecnologia: Saulo Marti (Olist), Paulo Monçores (VTex) e Walter Rodrigues (Rappi).

Entre os investidores da Diferente estão anjos como Matias Muchnick (fundador da NotCo) e Abhi Ramesh (fundador da Misfits Market).

O investimento de março teve como líder o fundo brasileiro MAYA Capital, de Lara Lemann, que já investiu em empresas em mercados relacionados a foodtech e saúde como NotCo e Alice. 

A rodada também marcou a primeira aposta na América Latina do fundo americano Collaborative Fund, que já investiu em negócios de impacto como Beyond Meet e Kickstarter, e a primeira investida do britânico FirstMinute Capital no Brasil.

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