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Após cair 10% em maio, PMEs gaúchas voltam a crescer em junho e começam a se recuperar da enchente

Levantamento avalia o desempenho das PMEs com faturamento de até 50 milhões de reais anuais, abrangendo 678 atividades econômicas

Enchentes no RS: cerca de 700.000 micro e pequenas empresas gaúchas foram impactadas (Carlos Macedo/Bloomberg/Getty Images)

Enchentes no RS: cerca de 700.000 micro e pequenas empresas gaúchas foram impactadas (Carlos Macedo/Bloomberg/Getty Images)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 22 de julho de 2024 às 13h55.

Última atualização em 22 de julho de 2024 às 14h18.

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As pequenas e médias empresas do Rio Grande do Sul tiveram uma expansão de 9,7% no faturamento em junho, segundo o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs). A empresa oferece um serviço de gestão que atende 150.000 PMEs. O crescimento ocorre após uma queda de 10% em maio, resultado das enchentes que afetaram significativamente o estado.

Segundo o economista Felipe Beraldi, da Omie, os setores de comércio e indústria foram os principais motores da recuperação. O comércio apresentou uma alta de 43% em junho, enquanto a indústria cresceu 17%, ambos comparados a maio.

No entanto, a média do faturamento das PMEs no primeiro quadrimestre de 2024 ainda registrou uma retração de 2,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Beraldi destaca que, embora o setor de Serviços tenha se mantido estável, segmentos como ‘Alojamento e alimentação’ e ‘Artes, cultura, esporte e recreação’ sofreram mais do que a média e ainda estão num processo de retomada. Hotéis, por exemplo, dependem muito da retomada do aeroporto Salgado Filho para voltarem a faturar como antes.

"A queda observada em segmentos como ‘Alojamento e alimentação’ e ‘Artes, cultura, esporte e recreação’ superaram a média vista no estado nos últimos meses”, afirma Beraldi.

Impactos econômicos das enchentes e a recuperação das PMEs

O IODE-PMEs avalia o desempenho das PMEs com faturamento de até 50 milhões de reais anuais, abrangendo 678 atividades econômicas. Para medir os impactos das enchentes, o índice analisou os fluxos financeiros dos setores de Comércio, Indústria e Serviços.

Apesar dos impactos, o setor segue numa toada de crescimento nacionalmente.

“O setor apresentou expansão de 4,3% no acumulado do ano e o próprio estado do RS vinha contribuindo para esse resultado. No período de janeiro a abril, antes das inundações, o índice também indicava que o mercado local de PMEs seguia trajetória de expansão, com alta de 8,6% no faturamento em comparação aos mesmos meses do ano anterior”, diz.

O Rio Grande do Sul é a quinta maior economia do país e responde por 6% do PIB nacional com, aproximadamente, 1,5 milhão de empresas ativas, das quais cerca de 80% estão em municípios consideravelmente afetados pelas enchentes.

Negócios em Luta

A série de reportagens Negócios em Luta é uma iniciativa da EXAME para dar visibilidade ao empreendedorismo do Rio Grande do Sul num dos momentos mais desafiadores na história do estado. Cerca de 700 mil micro e pequenas empresas gaúchas foram impactadas pelas enchentes que assolaram o estado no mês de maio.

São negócios de todos os setores que, de um dia para o outro, viram a água das chuvas inundar projetos de uma vida inteira. As cheias atingiram 80% da atividade econômica do estado, de acordo com estimativa da Fiergs, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul.

Os textos do Negócios em Luta mostram como os negócios gaúchos foram impactados pela enchente histórica e, mais do que isso, de que forma eles serão uma força vital na reconstrução do Rio Grande do Sul daqui para frente. Tem uma história? Mande para negociosemluta@exame.com.

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