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Após anúncio de parceria com Aliexpress, Magalu quer trazer mais produtos dos Estados Unidos

A varejista brasileira pretende ampliar o volume de produtos com maior valor agregado oriundos dos Estados Unidos

Felipe Cohen, do Magalu: nós decidimos dar um foco muito maior no comércio cross border (Magazine Luiza/Divulgação)

Felipe Cohen, do Magalu: nós decidimos dar um foco muito maior no comércio cross border (Magazine Luiza/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 19 de julho de 2024 às 08h01.

O Magazine Luiza está reforçando a parceria com a startup uruguaia nocnoc para trazer mais produtos dos Estados Unidos. A nocnoc conecta vendedores globais a marketplaces e tem acordo com a varejista brasileira há mais de 1 ano e meio. 

Com a nova regulamentação da Remessa Conforme, prevista para entrar em vigor no próximo dia 1º de agosto, a varejista pretende acelerar a participação das compras de produtos oriundos de outros países.  

As novas diretrizes, sancionadas no último mês pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tornam as regras do jogo mais claras na polêmica da “taxa das blusinhas”. As compras de até US$ 50 serão tributadas em 20%. Produtos com valores entre US$ 50,01 e US$ 3 mil terão uma taxação de 60%, com dedução fixa de US$ 20 no valor total do imposto. 

O reforço no acordo procura ampliar a oferta de produtos com maior valor agregado dos Estados Unidos. “O principal objetivo é a ampliação do nosso sortimento, trazer marcas que ainda não estão presentes no Brasil e que a maioria dos brasileiros não tem condições de viajar para comprar lá fora”, afirma Felipe Cohen, diretor executivo de marketplace do Magazine Luiza.

O novo jogo

Na estratégia, a parceria complementa o recém-anunciado acordo com o AliExpress, em que  a varejista brasileira vende produtos da rede chinesa e vice-versa. Ali, os itens têm um tíquete médio mais baixo e a demanda é puxada mais por compras por impulso.

“Nestes produtos dos Estados Unidos, nós estamos falando de alguma coisa entre R$ 300 e R$ 2 mil”, afirma Cohen. Entre as principais categorias estão eletrônicos, como fones de ouvido e caixas de som, e brinquedos, como pelúcias e bonecas, além de itens para casa e de moda.

As duas parceiras integram a estratégia da varejista brasileira de ampliar o resultado com o comércio cross border, ainda pouco representativo em termos de geração de negócios.  

“Com a sanção da lei, nós decidimos dar um foco muito maior nisso. Queremos, num período curto de tempo, fazer com que essas duas operações fiquem muito relevantes aqui no nosso marketplace, o que hoje ainda não são”, diz Cohen.

Na última semana, a varejista anunciou a chegada de reforço de Raul Jacob, o diretor responsável por estruturar a operação de marketplace da chinesa Shein no Brasil. “Isso mostra o peso que estamos para este assunto”, diz o executivo. 

Em 2023, as vendas do marketplace chegaram a R$18 bilhões, crescimento 17% em relação a 2022. O canal é o segundo maior em transações e atingiu cerca 30% das vendas totais da varejista. No primeiro trimestre deste ano, a participação subiu para mais de 40%, com R$5 bilhões em vendas.

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Qual é o papel da nocnoc

A startup uruguaia será a responsável por toda a operação logística e aduaneira das mercadorias, garantindo que os prazos de entrega sejam mais rápidos e com uma experiência melhor. Para o trabalho, a nocnoc obteve o aval da Receita Federal que permite operar o Remessa Conforme para a Magalu.

Fundada em 2018, em Montevidéu, a Nocnoc funciona como um ‘concierge’ para vendedores digitais de mercadorias vindas de todo o mundo. O foco está em auxiliar os fornecedores a entrar em mercados emergentes, caso do Brasil. Ou, como no caso da Magalu, atrair novos vendedores. 

O objetivo do modelo de startup é oferecer serviços que atendam às complexidades na comercialização de produtos em países latinos, relacionadas a taxas aduaneiras e desafios logísticos. 

Com operações em países como México, Colômbia e Chile, a nocnoc tem o Brasil como principal mercado, representando 60% de todo o negócio. Além dos acordos com a Magalu, a startup oferece os seus serviços para plataformas como Mercado Livre e Amazon. 

“Nós estamos otimistas com o futuro porque as companhias de e-commerce no Brasil vão crescer mais em cross border porque agora têm mais segurança no longo prazo, tem lei regulada e velocidade de entrega mais adequada”, diz Ilan Bajarlia, co-fundador e CEO da nocnoc.

As definições sobre importações de mercadorias, inclusive, devem contribuir para que a startup acelere o crescimento em receita, projetado entre 2,5 a 3 vezes em relação ao ano anterior.

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