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Anglo American embarca 1º carregamento de ferro Minas-Rio

Carga de mais de 80 mil toneladas de minério de ferro está a caminho de clientes na China a partir do porto de Açu, no Estado do Rio de Janeiro


	Anglo American: Minas-Rio, maior investimento estrangeiro já feito no Brasil, foi afetado por atrasos e aumento de custos
 (Anglo American/Divulgação)

Anglo American: Minas-Rio, maior investimento estrangeiro já feito no Brasil, foi afetado por atrasos e aumento de custos (Anglo American/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2014 às 08h27.

Londres - A Anglo American embarcou seu primeiro carregamento de minério de ferro do projeto Minas-Rio no Brasil, que sofreu um longo atraso, informou a companhia nesta segunda-feira, elevando a oferta da commodity em um mercado já saturado.

A carga de mais de 80 mil toneladas de minério de ferro está a caminho de clientes na China a partir do porto de Açu, no Estado do Rio de Janeiro, disse a empresa.

O Minas-Rio, maior investimento estrangeiro já feito no Brasil, foi afetado por atrasos e aumento de custos desde que a Anglo o comprou em 2007-2008 do ex-bilionário brasileiro Eike Batista por cerca de 5,5 bilhões de dólares.

O projeto vai acabar custando quase 9 bilhões de dólares. A entrega na China está em linha com um compromisso assumido pelo presidente-executivo da Anglo, Mark Cutifani, após uma revisão no ano passado.

Se de um lado isso reflete a capacidade do executivo de honrar promessas, o momento da entrega não é o ideal. Os preços do minério de ferro caíram cerca de 40 por cento este ano devido à maior oferta por parte das mineradoras Rio Tinto, BHP Billiton e Vale, em meio ao fraco crescimento da demanda.

"Minas-Rio é um legado de decisões anteriores de gestão, mas pelo menos agora ele está em linha com a última previsão de tempo e orçamento", disse o analista da Investec Marc Elliott. "É apenas triste que ele esteja vindo neste momento, e vai agravar a situação de excesso de oferta que está evoluindo rapidamente."

A Anglo disse que está esperando elevar a capacidade de produção no Minas-Rio para 26,5 milhões de toneladas por ano ao longo dos próximos 18 a 20 meses, mas vai precisar de várias licenças e renovações de permissões para entrar em modo totalmente operacional. Cutifani está confiante que o complexo Minas-Rio será capaz de suportar as difíceis condições de mercado.

"Acreditamos que as perspectivas para o nosso produto premium, em especial, continuam a ser atraentes, apesar da fraqueza atual no preço do minério de ferro, e que a operação totalmente integrada de Minas-Rio --da mina ao porto-- nos permitirá manter a nossa posição de custo baixo de operação no longo prazo", disse Cutifani em um comunicado.

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