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Fim de desconto para importar autopeças aumentará custos

Anfavea diz que haverá aumento nos custos de produção, mas evitou afirmar se os fabricantes repassarão o imposto mais alto para consumidores

Empresários apoiaram as medidas anunciadas, mas ficaram divididos quanto à eficácia do pacote sobre as exportações (.)

Empresários apoiaram as medidas anunciadas, mas ficaram divididos quanto à eficácia do pacote sobre as exportações (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - A eliminação do desconto de 40% no Imposto de Importação de autopeças aumentará os custos de produção para as montadoras, disse o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini. Ele classificou de preocupante a medida, que consta do pacote de estímulo à exportação anunciado hoje (5).

Para o presidente da Anfavea, o reajuste da tarifa, que há dez anos estava reduzida para as montadoras, terá impacto de até 6% nos custos das montadoras de veículos. Ele, no entanto, evitou afirmar se os fabricantes repassarão o imposto mais alto para os consumidores.
 
"É uma medida que onera muito o setor, com custos adicionais em cima dos componentes importados, mas o repasse para os preços dependerá do mercado e da estratégia de cada montadora", declarou.

Belini afirmou ainda que o reajuste da tarifa pode, no limite, causar desempregos em montadoras de veículos com alto índice de componentes importados. "Esse tipo de veículo, montado no Brasil com peças de fora, não fica competitivo com os carros importados. Então, o grande risco é importarmos menos peças e acabarmos importando mais veículos", disse.

O presidente da Anfavea deu as declarações após reunião do Grupo de Avanço da Competitividade (GAC), que reúne empresários e representantes do governo para discutir medidas que facilitem o investimento e as exportações. Os empresários apoiaram as medidas anunciadas hoje, mas ficaram divididos quanto à eficácia do pacote sobre as exportações.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de. Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, considerou o pacote como um paliativo. "Enquanto tivermos a maior taxa de juros do mundo e um câmbio depreciado, as exportações não vão aumentar e vão continuar patinando", afirmou.

Para o diretor da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit) Fernando Pimentel, as medidas não atendem totalmente às reivindicações dos exportadores, mas o governo está na direção correta. "O ideal é que a devolução acelerada dos créditos fosse de 100%, mas o governo está no sentido favorável", disse. Pelo pacote, o governo devolverá apenas 50% de tributos federais pagos a mais pelos exportadores em 30 dias. O restante ficará retido por até cinco anos.

A presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth Carvalhães, entende que as melhorias virão no médio prazo. Para ela, a criação de um banco público para financiar as exportações foi a medida mais importante e representa um passo fundamental para ampliar a inserção do Brasil no exterior.

"A criação do Eximbank é a medida mais importante. Durante a crise, o setor de celulose, que exporta quase 80% do que produz, ficou na mão e teve de financiar as exportações do próprio bolso por falta de crédito", afirmou.

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