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Aneel pede aporte de recursos na Eletropaulo ao BNDES

Agência reguladora está preocupada com o plano de obras pouco ambicioso da empresa, além do alto nível de endividamento


	Eletropaulo: agência reguladora criticou o serviço prestado pela empresa, afirmando que a duração das interrupções de energia é muito acima do limite e piorou no ano passado
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Eletropaulo: agência reguladora criticou o serviço prestado pela empresa, afirmando que a duração das interrupções de energia é muito acima do limite e piorou no ano passado (.)

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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2016 às 17h49.

SÃO PAULO - A piora em indicadores de qualidade da distribuidora de energia Eletropaulo preocupa a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que promoveu reunião com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sócio da companhia, para pedir melhorias e até mesmo um aporte de recursos na concessionária, segundo ata publicada nesta terça-feira.

O diretor da agência Reive Barros, que esteve no encontro, realizado na segunda-feira, apontou que a empresa apresentou um plano de obras pouco ambicioso e apontou o alto nível de endividamento da companhia.

"Destacou-se ainda o entendimento da necessidade de aporte de recursos para reversão de quadro apresentado e que, em se mantendo a situação atual, a distribuidora fica sujeita a aplicação de ação mais severa pela Aneel", segundo a ata disponibilizada pelo regulador.

De acordo com apresentação feita por Barros na ocasião, a situação econômico-financeira da Eletropaulo "requer atenção", uma vez que ela apresenta "geração de caixa bruta... insuficiente para cobrir todo o investimento regulatório mínimo e os juros de seu envididamento".

A Aneel também criticou o serviço prestado pela empresa, ao destacar que a duração de interrupções do serviço pela Eletropaulo "é muito superior ao limite estabelecido" e piorou em 2015, com alta de 60 por cento ante 2014.

A Eletropaulo anunciou em seus dois últimos balanços que encontrou "inconsistências" em seus indicadores de qualidade que medem duração e frequência de falhas no serviço, o que resultou em recálculo que piorou os índices.

A Reuters apontou que a agência reguladora paulista, Arsesp, indicou "erros grosseiros" e "falta de confiabilidade" nos dados da empresa sobre as interrupções, o que resultou na aplicação de duas multas que somam 77 milhões de reais. Segundo fontes, o problema derrubou um diretor de Operações da companhia.

A Aneel afirmou ao BNDES que "os indicadores apresentam tendência de piora" mesmo após a Eletropaulo ter apresentado um plano de melhorias.

Para a agência, a empresa tem feito "escolha em postergar investimentos, em prejuízo da qualidade do fornecimento", e o "viés de piora nos resultados preocupa", o que fez Barros alertar que a Aneel poderá enviar um "ofício de alerta" ao Conselho de Administração da companhia.

Segundo a ata da reunião, o BNDES teria dito à Aneel que irá discutir o cenário internamente "e depois com a própria distribuidora, manifestando a necessidade de mudança". Procurado, o BNDES preferiu não comentar. A Eletropaulo não pôde responder imediatamente.

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