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Andrés admite dívida com Caixa e revela acordo assinado com Odebrecht

"Pelo amor de Deus, só devemos para a Caixa. Caixa. O Corinthians só deve para a Caixa", enfatizou o presidente do clube

Camisa do Corinthians em frente ao Itaquerão: clube paulista admite atraso no pagamento da Caixa (Friedemann Vogel/Getty Images)

Camisa do Corinthians em frente ao Itaquerão: clube paulista admite atraso no pagamento da Caixa (Friedemann Vogel/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de setembro de 2019 às 13h02.

Última atualização em 18 de setembro de 2019 às 15h02.

Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira para explicar as dívidas do clube para o pagamento da arena no bairro de Itaquera, na zona leste de São Paulo.

O mandatário se mostrou indignado com a atitude da Caixa Econômica Federal, admitiu que o clube deve dois meses de parcelas do financiamento e aproveitou para mostrar a assinatura de um contrato com a Odebrecht formalizando o acordo de valores que até então estavam em aberto.

"Pelo amor de Deus, só devemos para a Caixa. Caixa. O Corinthians só deve para a Caixa", enfatizou. "Fomos pegos de surpresa e estamos indignados como o que aconteceu. Vamos responder a notificação na semana que vem. Juridicamente vocês vão saber o que será respondido", prosseguiu.

Na quinta-feira, o clube emitiu nota para informar que recebeu uma notificação extrajudicial da Caixa de uma execução referente ao valor total da dívida do financiamento da Arena Corinthians. Andrés informou que pelas contas do clube a dívida com a Caixa é de R$ 470 milhões. O banco calcula que ainda faltam ser pagos R$ 520 milhões. "O torcedor corintiano pode ficar tranquilo. Não vão tomar nada, não estamos deixando de pagar".

O presidente voltou a enfatizar, assim como a nota emitida na quinta-feira, que havia verbalizado um novo acordo para pagamento do estádio. Nele, o Corinthians pagaria parcelas de R$ 5,7 milhões durante oito meses do ano, de março a outubro, e nos quatro outros, por ter menos jogos, desembolsaria R$ 2,5 milhões

"Estávamos cumprindo isso. Se esse acordo estiver sendo considerado, estamos devendo dois meses (referente ao período da Copa América). Se não, estamos devendo desde março. O Corinthians deve e vai pagar. Mas tem que chamar a Caixa. Vamos responder juridicamente", comentou.

O problema é que o acordo verbal havia sido feito com a gestão anterior da Caixa. A nova diretoria assumiu recentemente e, pela notificação, mudou a postura. Andrés prefere acreditar que não seja uma perseguição política, já que todo o acordo costurado havia sido feito no período em que o PT estava no poder. "Não quero acreditar nisso. Estamos falando com a Caixa Econômica Federal, uma instituição séria. O Corinthians nunca deixou de conversar. Desde que assumi, pagamos quase R$ 80 milhões. No total já foi pago R$ 170 milhões. Estamos pagando e cumprindo", afirmou.

Andrés também mostrou um contrato assinado com a Odebrecht. Para a construtora, o Corinthians repassa o dinheiro arrecadado com os CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) - eles são papéis emitidos pela Prefeitura de São Paulo no valor inicial de R$ 420 milhões. Além disso, em agosto, o presidente havia dito que o clube pagaria mais R$ 160 milhões à construtora

Na entrevista coletiva, não ficou claro se esse contrato era referente a esse valor extra. Questionado sobre o assunto, ele voltou a repetir. "Só devemos para a Caixa. Caixa. Caixa. Coloquem isso na cabeça. Nossa dívida é só com a Caixa", encerrou.

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