Vamos agora tentar fazer o cadáver ressuscitar, disse Esteves sobre a Sete Brasil (Chris Ratcliffe/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 29 de junho de 2015 às 22h27.
Ribeirão Preto - O presidente do BTG Pactual, André Esteves, classificou nesta segunda-feira como um "super fiasco" a Sete Brasil, empresa criada por um fundo de investimentos de grandes bancos para administrar sondas de perfuração próprias e contratadas pela Petrobras.
Durante evento do Lide em Ribeirão Preto (SP), Esteves citou a companhia, que passa por dificuldades econômicas na esteira da crise da petroleira, com um exemplo de negócio malsucedido, ao contrário, por exemplo, da rede DOr São Luiz de hospitais.
Esteves lembrou que os bancos sócios da Sete Brasil - além do BTG Pactual, Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Santander - acreditaram que teriam o mesmo sucesso na companhia que obtiveram com o campo offshore Marlin 2 no passado.
"A Petrobras nos procurou, por meio da área financeira, dizendo que (a Sete Brasil) era um super Marlin 2. Os trouxas entraram, uns entraram com dívida e outros com dívida e equity. Foi um fiasco", disse.
"Vamos agora tentar fazer o cadáver ressuscitar, vamos dar choque elétrico no peito e vamos ver se reestrutura", completou, bem-humorado, Esteves.
Já na rede DOr São Luiz, segundo o banqueiro, o investimento do BTG Pactual foi de R$ 1,6 bilhão em 25% a 26% da companhia que passou por uma consolidação em cinco anos.
"Agora metade da participação do banco foi vendida para fundos por um valor de mercado de R$ 20 bilhões. Foi uma história maravilhosa que gerou lucro de R$ 3,5 bilhões a R$ 4 bilhões no negócio mais bem sucedido do private equity do Brasil", disse.
"Se é para ganhar R$ 4 bilhões com a Rede DOr, tem de estar disposto a perder R$ 1 bilhão com a Sete. Para fazer grandes acertos, às vezes fazemos grandes besteiras".
BSI
Durante a palestra na qual contou sobre trajetória da instituição financeira, Esteves citou ainda a compra do banco suíço BSI, no ano passado e disse esperar que todas as autorizações de autoridades europeias estejam finalizadas até agosto ou setembro para o fechamento do negócio.
Já sobre a operação do HSBC no Brasil, Esteves disse apenas que "comprar grande banco do varejo não nos anima mais".