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Andorra apura elo de políticos com Odebrecht

Investigações apontam que a Odebrecht apresentava políticos a bancos para que abrissem contas e recebessem propina

Prédio da construtora: esquema envolveu políticos do Peru, Panamá, República Dominicana e Equador. (Carlos Jasso/Reuters)

Prédio da construtora: esquema envolveu políticos do Peru, Panamá, República Dominicana e Equador. (Carlos Jasso/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de setembro de 2017 às 09h43.

Última atualização em 15 de junho de 2018 às 19h06.

Andorra - Investigações conduzidas pelo Ministério Público de Andorra apontam que a Odebrecht apresentava políticos latino-americanos a bancos com os quais ela tinha relações especiais no principado. O objetivo é que eles abrissem, nessas instituições, contas que seriam usadas para receber dinheiro de propina em troca de contratos públicos em seus respectivos países.

Documentos confidenciais do processo em andamento em Andorra revelam que o esquema foi identificado e envolveu políticos do Peru, Panamá, República Dominicana e Equador. Ao jornal O Estado de S. Paulo, investigadores não descartam que o mesmo sistema tenha sido utilizado para depósitos em outros países.

O acordo de leniência fechado pela Odebrecht em dezembro de 2016 no Brasil, EUA e Suíça revelou como a construtora pagou propinas em diversos mercados latino-americanos, com esquema que o próprio Ministério Público da Suíça chamou de "altamente profissional".

De acordo com o MP de Andorra, o "grupo Odebrecht era cliente da entidade bancária Banca Privada de Andorra (BPA), além de ter apresentado outros clientes ao banco". Os documentos revelam que a empresa intermediou a abertura de contas de "diversas pessoas politicamente expostas", uma categoria conhecida como PEP e que exige dos bancos saber a origem dos recursos depositados nas contas secretas.

"O objetivo era de que abrissem contas bancárias com o BPA para efetuar os pagamentos desde o grupo Odebrecht", constata a procuradoria, que ainda aponta para uma estratégia deliberada de esconder os "beneficiários finais das empresas" mantidas pela Odebrecht.

Para operar a partir de Andorra, a empresa criou duas companhias de fachada: a Lodore Foundation e a Klienfeld. Apenas em uma conta da Klienfeld, um total de US$ 99,9 milhões teriam sido movimentados pela Odebrecht.

No dossiê, documentos do Ministério Público Federal no Brasil também avaliam as descobertas das autoridades de Andorra. Num deles, os procuradores brasileiros apontam que "existem indícios de que se trata de vantagens ilícitas, uma vez que, na mesma linha do relato da autoridade de Andorra, não foram informadas ou identificadas causas econômicas para esses pagamentos".As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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