Negócios

Análise de fusão de bancos ganha nova dimensão

Órgãos de defesa da concorrência começam a avaliar o impacto em atividades secundárias como seguros e corretagem enquanto o BC mantém a prerrogativa de apreciar os riscos ao sistema financeiro

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

Quem deve avaliar as fusões e aquisições bancárias: o Banco Central (BC) ou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)? Essa pergunta será repetida diversas vezes no próximo mês, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) retomará a discussão sobre o papel de cada órgão no julgamento das operações no mercado. Até o momento, há dois votos favoráveis à competência exclusiva do BC e um para que o Cade também participe desses processos. Ainda faltam os votos de quatro ministros para definir a questão.
 
    <hr>                                  <p class="pagina">No calhamaço de 45 páginas do parecer da Seae sobre a fusão Itaú Unibanco, o ponto central de análise é a consolidação em mercados secundários à atividade bancária - ou que não envolvem créditos e empréstimos. Esse é o caso das áreas de gestão de recursos de terceiros, seguros, capitalização, corretagem, distribuição de títulos e de valores mobiliários e previdência.<br><br>A avaliação da Seae é de que, em todas essas áreas, os principais bancos mantêm atividades pulverizadas, brigando entre eles para ampliar pequenas margens de participação no setor. No grupo de seguros, por exemplo, a participação do mercado variou bastante desde 2004 até 2008. As principais oscilações são dos concorrentes SulAmérica, Mapfre, Allianz, Bradesco e Itaú Unibanco. “Dessa forma, não se pode descartar a rivalidade entre essas empresas atuantes”, considera o parecer da Seae.<br><br>A mesma situação se repete no mercado de previdência privada. No período de 2004 a 2008, houve uma disputa ferrenha entre Unibanco, HSBC, Caixa Econômica e Santander pelo quarto lugar no ranking do setor. O Bradesco tem se mantido líder, mas sua posição é ameaçada pela perda de participação com a investida hostil de seus adversários. "Conclui-se que há rivalidade no mercado de previdência privada capaz de inibir a probabilidade do exercício unilateral", avalia a Seae.<br><br>Esses pareceres dados pelo Seae no fim de 2009 confirmam a tendência da secretaria de se aprofundar cada vez mais em avaliações do mercado não-financeiro. "Isso poderá consolidar regulamentações mais específicas para o setor", diz um ex-funcionário da instituição. "Outra tendência interessante a ser notada é que o ramo de mercado não-financeiro está cada vez mais disputado pelos bancos, porque com o crescimento econômico há maior demanda dos consumidores por esses tipos de serviços", completa. </p>        
Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Negócios

Na plantação de batata doce, agricultora se destaca como produtora e influencer

No Grupo Pão de Açúcar, cliente fiel sai na frente na corrida por ofertas (online) da Black Friday

Funcionários da PepsiCo Brasil fazem greve por fim da escala 6x1

Na Black Friday da Casas Bahia, celulares lideram buscas — e tem até por R$ 269