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Anac estuda retorno do Boeing 737-MAX aos céus brasileiros

Aeronave foi impedida de voar em 2019 após dois acidentes que mataram dezenas de passageiros

Avião Boeing da Gol: companhia tem a maior frota do 737-MAX entre as brasileiras (GOL/Divulgação)

Avião Boeing da Gol: companhia tem a maior frota do 737-MAX entre as brasileiras (GOL/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de agosto de 2020 às 09h13.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) iniciou estudos para permitir a retomada das operações no Brasil do Boeing 737-8 MAX, impedido de voar depois que dois acidentes, em outubro de 2018 e em março de 2019, deixaram centenas de mortos. Não há um prazo para a liberação.

No Brasil, a Gol é a principal companhia aérea que usava a aeronave. A empresa tem hoje sete aviões do modelo na frota, os quais estão impedidos de voar, além de novas encomendas. A volta do MAX é uma etapa importante para a Gol começar a pensar na retomada do tráfego aéreo internacional, já que o modelo tem custo operacional melhor do que o restante da frota da brasileira.

Segundo a Anac disse em nota, a agência estuda proposta que dispõe sobre a modificação de projeto de sistema de controle de voo das aeronaves modelo Boeing 737-800 MAX. Essa proposta trata-se de uma Diretriz de Aeronavegabilidade, divulgada pela autoridade de aviação civil norte-americana (FAA, na sigla em inglês), no último dia 3 de agosto e enviada para as autoridades de aviação civil que trabalham na análise do projeto. "Esta medida faz parte dos estudos de validação para retorno das operações deste modelo de aeronave. O objetivo é demonstrar que o projeto com as modificações propostas é seguro e atende aos requisitos de aeronavegabilidade necessários", disse a agência.

A Anac acrescentou que o material deve ficar sob consulta por um período de 45 dias, quando a FAA publicará a regra final correspondente, contendo as instruções de cumprimento mandatório necessárias para o retorno seguro às operações destas aeronaves. "No Brasil, a volta das operações deste tipo de modelo ainda passará por validação final da Anac, que desde abril de 2019 faz parte do grupo de autoridades validadoras", explicou.

A suspensão dos voos com Boeings 737-800 MAX, ocorrida em março de 2019 no Brasil, foi sancionada por uma Diretriz de Aeronavegabilidade unilateral emitida pela Anac. Na ocasião, algumas empresas aéreas já haviam voluntariamente suspendido suas operações com este modelo de aeronave. "O retorno das operações somente é possível com a revogação desta decisão pela Agência. Para isso, a ANAC está contribuindo com a FAA na verificação de que o processo de validação das modificações foi concluído satisfatoriamente".

Para o retorno das operações também é necessário que o processo que comprova a segurança e o cumprimento com os requisitos de Certificação de Tipo para este modelo de aeronave seja concluído além da avaliação de aspectos operacionais e de treinamento.

Validação

Desde abril de 2019, quando a Boeing iniciou as atividades para certificação das modificações propostas, a Anac vem participando de um grupo para análise destes estudos. "Ao todo, cerca de vinte profissionais da Agência, dentre engenheiros(as) de diversas especialidades e pilotos, inclusive de ensaio de voo, estão envolvidos neste processo", disse a Anac.

Um dos sistemas que tem sido alvo de análises e verificações mais detalhadas é o chamado MCAS (Maneuvering Characteristics Augmentation System), que atua na aeronave sob certas condições a fim de melhorar as características de estabilidade longitudinal da aeronave. As verificações sobre o MCAS contemplam principalmente a averiguação das condições para que este sistema atue adequadamente e que a amplitude desta atuação seja limitada, incluindo em condições de falha dos sensores da aeronave.

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