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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h26.
O ambientalista inglês Robert Swan foi o primeiro homem a caminhar até os pólos Norte e Sul. Neste mês, ele está de volta à Antártida com um grupo de funcionários da Coca-Cola e de técnicos para estudar o que fazer com o lixo no continente. Além de desenvolver projetos como esse, Swan dá palestras sobre liderança e trabalho em equipe em empresas como Ford, Compaq e ABN Amro. Após recente palestra na Coca-Cola do Brasil, ele falou a EXAME sobre idéias que traz de suas expedições para o mundo corporativo:
Você em primeiro lugar
A principal lição que aprendi nos pólos é que você precisa tentar ser um líder de si mesmo antes de pensar nos outros. Na hora de lidar com reclamações, missões ou metas de lucros, é bom já ter dado atenção às suas próprias necessidades para ser capaz de inspirar as pessoas depois. Todos pensam em equipes e estruturas, mas tudo começa com você. É uma lição da sobrevivência: se você não tomar conta de si primeiro e ficar machucado, não poderá cuidar dos outros. É como quando se viaja de avião e a máscara de oxigênio cai. O que é dito? Ponha a máscara em você e depois cuide das outras pessoas .
Alternância de líderes
Quando fui até o pólo sul, o líder do nosso trio mudava a cada duas horas. Cabia a ele decidir o caminho para não pisarmos em rachaduras no gelo. Os outros nunca discutiam a decisão dele para não retardar a caminhada. Mas o líder não pode cuidar de cada parte do negócio. Quando viajo, minha tarefa é arrecadar o dinheiro e formar uma equipe. Mas não serei o capitão do navio que vai para a Antártida. Para isso, chamei um russo. Não tento fazer de tudo por ser o líder. Na minha opinião, um bom líder precisa liderar quando necessário, mas deve deixar os outros liderarem quando for a hora deles. Creio que, nas empresas, o líder deve ter confiança para não liderar sempre. É inspirador que os chefes mudem.
Não basta ser um apaixonado
Há uma grande diferença entre os funcionários apaixonados e os inspiradores, que são os que mais ajudam uma empresa. Os apaixonados são ótimos, mas muitas vezes não cativam por não saber como comunicar sua mensagem nem como se integrar aos outros. É ótimo ser apaixonado pelo que se faz, mas a paixão pode desligar as pessoas, que não param para pensar. Já os inspiradores são também apaixonados, mas capazes de dizer algo sem pressionar o outro. Para se tornar inspirador, você deve ver que tudo começa com você mesmo e precisa de uma equipe inspirada. Um apaixonado avança sozinho, enquanto o inspirador forma uma equipe para trocar idéias com ela sobre qual é a visão clara dos desafios. Muitos apaixonados não têm uma visão clara. Têm paixão pelo que fazem, o que é ótimo, mas não leva a lugar algum.