Negócios

Ambev vê ano difícil no Brasil após tri abaixo do previsto

"Abril foi melhor do que o primeiro trimestre. É mais uma questão de volume do que de preços", disse o presidente-executivo da Ambev, João Castro Neves


	Ambev: a receita líquida trimestral consolidada foi de 7,77 bilhões de reais, avanço de 7,4 %
 (Jaime Razuri/AFP)

Ambev: a receita líquida trimestral consolidada foi de 7,77 bilhões de reais, avanço de 7,4 % (Jaime Razuri/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2013 às 17h21.

Rio de Janeiro/São Paulo - A Ambev espera uma melhora do volume de venda de cerveja no Brasil a partir do segundo semestre, com base em sua estratégica comercial e na recuperação do mercado, após ter divulgado resultados do primeiro trimestre abaixo do esperado.

"Abril foi melhor do que o primeiro trimestre. É mais uma questão de volume do que de preços", afirmou em teleconferência com analistas o presidente-executivo da Ambev, João Castro Neves.

As ações da fabricante de bebidas, que chegaram a cair mais de 2 % no começo do pregão desta terça-feira, inverteram o sinal e subiam com força no fim da tarde, com ganho de 5,58 % às 16h20. O Ibovespa subia 1,43 %.

Para o analista William Alves, da XP Investimentos, a alta das ações da Ambev ocorre porque a queda de volume de vendas já estava precificada desde janeiro.

O volume de venda de cerveja no país segue em queda, mas a redução em abril é bem menor do que a vista em março, segundo o vice-presidente de Finanças e de Relações com Investidores da empresa de bebidas, Nelson Jamel.

"No segundo trimestre, o volume segue pressionado, mas deve melhorar ao longo do ano", disse ele a jornalistas, acrescentando que medidas do governo para controlar a inflação e uma retomada do crescimento da renda disponível irão ajudar nesse sentido.

A Ambev reportou mais cedo lucro de 2,34 bilhões de reais no primeiro trimestre, leve alta de 1,3 % sobre um ano antes e abaixo do esperado por analistas, em meio a um mercado de cerveja pressionado pela renda disponível dos consumidores no Brasil.

O volume de cerveja vendido pela Ambev no país --importante fonte de receita da companhia-- caiu 8,2 % de janeiro a março contra igual etapa de 2012. Foi a maior queda pelo menos desde 2005, segundo relatório do Credit Suisse.

A receita líquida no Brasil, incluindo refrigerantes e outras bebidas, teve variação positiva de 0,8 % na comparação anual.


Nesse cenário, a empresa reduziu as expectativas para o mercado brasileiro de cerveja em 2013 e espera agora estabilidade nos volumes ou queda de um dígito percentual baixo em 2013. Anteriormente, a Ambev previa alta no mesmo nível do ano passado, quando houve expansão perto de 3 %.

Copa das Confederações

O crescimento do volume de embalagens retornáveis e a introdução desses formatos em novos canais de vendas, a contínua evolução de marcas premium no Brasil e um aumento do market share no Norte e Nordeste estão entre as prioridades comerciais da Ambev.

Além disso, a proximidade da Copa das Confederações no Brasil dá à Ambev "uma oportunidade única de recuperação", segundo o presidente da empresa.

A geração de caixa consolidada medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) ficou em 3,6 bilhões de reais no primeiro trimestre, contra 3,38 bilhões de reais um ano antes. A margem Ebitda ficou em 46,3 %, queda de 0,4 ponto percentual.

A receita líquida trimestral consolidada foi de 7,77 bilhões de reais, avanço de 7,4 %.

Em seu relatório, a Ambev disse que os números dos três meses até março confirmam que "2013 deve ser um ano mais difícil quando comparado aos últimos anos, "mas esperamos melhorar nosso desempenho nos próximos três trimestres", referindo-se ao Ebitda.

"A expectativa com relação ao Brasil continua muito positiva no médio e longo prazo e nós mantemos os investimentos no ano", disse Jamel. A Ambev planeja investir cerca de 3 bilhões de reais em 2013.

Acompanhe tudo sobre:AmbevBebidasEmpresasEmpresas abertasEmpresas belgasLucroPreços

Mais de Negócios

'E-commerce' ao vivo? Loja física aplica modelo do TikTok e fatura alto nos EUA

Catarinense mira R$ 32 milhões na Black Friday com cadeiras que aliviam suas dores

Startups no Brasil: menos glamour e mais trabalho na era da inteligência artificial

Um erro quase levou essa marca de camisetas à falência – mas agora ela deve faturar US$ 250 milhões