Ambev: afirmou segue "cautelosamente otimista para o segundo semestre" (Germano Lüders/Exame)
Reuters
Publicado em 27 de julho de 2017 às 09h07.
Última atualização em 27 de julho de 2017 às 15h41.
São Paulo - A Ambev teve lucro líquido de 2,125 bilhões de reais no segundo trimestre, queda de 2,2 por cento ante mesma etapa de2016, conforme a menor geração de caixa e o impacto negativo do câmbio ofuscaram a redução das despesas financeiras.
Controlada pela AB InBev, maior cervejaria do mundo, a Ambev informou que segue "cautelosamente otimista para o segundo semestre", porque a economia brasileira se recupera em ritmo lento, o que representa um desafio para a indústria de cerveja no curto prazo.
"Reconhecemos o momento difícil do país...estamos cautelosamente otimistas porque o mercado de cerveja ainda não voltou a crescer, mas o ritmo de queda diminuiu", afirmou o vice-presidente financeiro da Ambev, Ricardo Rittes, a jornalistas.
Ele citou que o mercado de cerveja do Brasil caiu 5 por cento no ano passado e no primeiro trimestre a queda foi de 2,1 por cento, seguida por recuo de 2,7 por cento no segundo. "Isso é uma evolução positiva", disse o Rittes.
As ações da Ambev acumulam alta de pouco mais de 17 por cento em 2017. Às 15:09, os papéis subiam 1,59 por cento, enquanto o Ibovespa tinha valorização de 0,45 por cento.
O executivo evitou citar detalhes, mas afirmou que a Ambev vai manter no segundo semestre política de reajuste de preços que acompanha o comportamento da inflação.
Sobre o custo de commodities, Rittes, afirmou que as oscilações nos preços de grãos como milho e cevada e no açúcar e alumínio seguem dentro da "volatilidade normal a que estamos expostos", o que não deve implicar em grandes variações nas margens da empresa nos próximos meses.
Rittes também minimizou eventual impacto do aumento dos custos dos combustíveis determinado pela elevação da alíquota de PIS/Cofins. "Custo com combustível não é um dos itens mais importantes no nosso total de custos", afirmou o executivo.
No trimestre, a geração de caixa da empresa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de 3,943 bilhões de reais, queda de 6,2 por cento ante igual intervalo um ano antes.
A receita líquida trimestral da Ambev caiu 1,1 por cento na comparação anual, para 10,3 bilhões de reais. Sem considerar aquisições, a companhia apurou crescimento orgânico de 4,8 por cento, com expansão em todas as operações internacionais.
No Brasil, a receita líquida trimestral caiu 4,1 por cento, para 5,55 bilhões de reais. Já o custo do produto vendido aumentou 8,9 por cento no país, para 93,2 reais por hectolitro.
Em termos de volume, a Ambev teve no Brasil queda de 4,7 por cento ante um ano antes, para 22,98 bilhões de hectolitros.
As despesas gerais e administrativas totais no país caíram 3,5 por cento na mesma base, a 1,87 bilhão de reais.
Considerando o resultado consolidado, os gastos gerais e administrativos somaram 3,37 bilhões de reais entre abril e junho, queda de 3,5 por cento ano a ano.
Outra linha do balanço que apresentou melhora foi o resultado financeiro consolidado, com despesa financeira de 698,8 milhões de reais, 22,3 por cento inferior em 12 meses.
Em relação às operações internacionais, a companhia vê potencial significativo de expansão da receita líquida e da margem Ebitda na América Central e no Caribe, após elevar em 6,9 por cento o faturamento líquido da região no segundo trimestre.
Para a América Latina Sul, onde a receita líquida subiu 36,2 por cento de abril a junho, a Ambev também espera números sólidos, apesar dos desafios macroeconômicos. Em relação ao Canadá, a empresa segue otimista com o portfólio, prevendo crescimento sustentável no país.