Negócios

Ambev: dólar alto não prejudicará empresa, diz Neves

Segundo o presidente João Castro Neves, se a moeda norte-americana continuar no patamar de R$ 1,90 até R$ 2, o impacto negativo será nos custos de produção

Castro Neves ressaltou que ainda é muito cedo para saber se a trajetória de alta do dólar irá continuar (JUCA VARELLA)

Castro Neves ressaltou que ainda é muito cedo para saber se a trajetória de alta do dólar irá continuar (JUCA VARELLA)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2011 às 17h33.

São Paulo - O presidente da Ambev, João Castro Neves, avalia que a recente valorização do dólar não pressionará custos nem prejudicará a dívida da empresa. Segundo ele, para todo o setor, se a moeda norte-americana continuar no patamar de R$ 1,90 até R$ 2, o impacto negativo será nos custos de produção, como embalagens, alumínio, malte e lúpulo, que podem ficar mais caros.

"No nosso caso, no curto prazo não teremos problemas. É política da empresa fazer um hedge de commodities e moeda de 12 meses. Então, se for ter efeito, só em agosto do ano que vem", disse o executivo a jornalistas durante sua visita a bares e supermercados de São Paulo por conta da mobilização global da Ambev e da ABInbev pelo consumo responsável de bebidas alcoólicas, que incentiva os estabelecimentos comerciais a solicitarem do consumidor a carteira de identidade provando que ele não é menor de idade.

O mesmo se aplica ao efeito da valorização do dólar no aspecto financeiro. "Primeiro que hoje temos uma alavancagem baixa e para toda a dívida que tomamos fazemos o hedge da dívida e da moeda", explicou. Ao final de junho, a dívida total da empresa era de R$ 5,056 bilhões. O caixa e equivalentes encerrou o período, sem incluir as aplicações financeiras correntes, em R$ 5,226 bilhões.

Castro Neves ressaltou que ainda é muito cedo para saber se a trajetória de alta do dólar irá continuar. "São somente três semanas desse movimento. Está difícil saber onde vai parar essa volatilidade", declarou. "Se voltar para R$ 1,60 até R$ 1,70, o impacto será nenhum. Se ficar nesse patamar alto, além do custo, há o risco de inflação mais alta, o que é ruim em termos de consumo", disse.

Questionado sobre as expectativas para as vendas no verão 2011/2012, o presidente da Ambev se mostrou mais cauteloso. "Normalmente eu sou sempre animado, otimista com as vendas nesse período. Mas esse cenário de muita volatilidade preocupa. Posso dizer que estou um pouquinho menos otimista. Mas trabalhamos o ano inteiro em inovações e lançamentos, tanto que este ano será recorde em investimentos da companhia no País para sempre surpreendermos o consumidor com uma diversificação de produtos".

Acompanhe tudo sobre:AmbevBebidasCâmbioDívidas empresariaisDólarEmpresasEmpresas abertasEmpresas belgasMoedas

Mais de Negócios

Setor de varejo e consumo lança manifesto alertando contra perigo das 'bets'

Onde está o Brasil no novo cenário de aportes em startups latinas — e o que olham os investidores

Tupperware entra em falência e credores disputam ativos da marca icônica

Num dos maiores cheques do ano, marketplace de atacados capta R$ 300 milhões rumo a 500 cidades