Negócios

AmBev concentra atenção no Nordeste e no segmento premium

Crescimento das vendas nestas duas frentes foi maior que a média da empresa no ano passado

Stella Artois: a AmBev não detalha o crescimento da marca, mas destaca que ele foi “muito maior” que 10,7% (Divulgação)

Stella Artois: a AmBev não detalha o crescimento da marca, mas destaca que ele foi “muito maior” que 10,7% (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de março de 2011 às 18h23.

São Paulo - Enquanto o volume de venda de cerveja da AmBev no Brasil cresceu 10,7% em 2010, em relação a 2009, no Nordeste esse aumento foi mais que o dobro: cerca de 25%. Mas o que, à primeira vista, seria um bom resultado é visto com cautela pela própria diretoria da empresa. Isto porque, apesar do forte incremento de vendas, a participação de mercado da AmBev no Nordeste é menor do que na média do país.

Para ampliar sua fatia de mercado nessa região, a AmBev programou pesados investimentos. Em 2010, por exemplo, o Nordeste registrou uma participação significativa no total de 2 bilhões de reais que foram investidos pela cervejaria no Brasil. “Foi um valor quase desproporcional ao total”, disse Nelson Jamel, vice-presidente financeiro e de relações com investidores, em teleconferência realizada hoje (3/3) com jornalistas.

A expectativa da empresa para 2011 é que o Nordeste receba novamente uma parcela importante do total de investimentos programados para o ano (cerca de 2,5 bilhões de reais). Entre os projetos que a AmBev desenvolve na região, estão a construção de uma fábrica em Pernambuco, a ampliação de uma planta em João Pessoa (Paraíba) e a duplicação de outra em São Luis (Maranhão).

Mercado top

Mas o foco da AmBev não se restringe apenas à consolidação em áreas em que tem menor participação de mercado ou para suas marcas mais populares. Em 2010, a empresa observou um crescimento maior que a média também no seu segmento premium, especialmente na marca Stella Artois. A AmBev não detalha o crescimento da marca, mas Jamel destacou que ele foi “muito maior” que 10,7%.

“A classe C ajudou a indústria, mas as classes A e B também vêm ganhando peso. Vemos espaço para o crescimento do mercado Premium”, disse o executivo. “Nossa marca Premium.”. Para que a Stella Artois ganhe mais espaço, porém, a AmBev precisa enfrentar a holandesa Heineken, que se destaca mundialmente nesse mercado.

Para Jamel, a briga com a Heineken tem um lado positivo: o de divulgar o mercado de cervejas premium no Brasil. “É uma disputa que tem impactos positivos no médio e longo prazos”, disse o vice-presidente financeiro. A Heineken é controlada pela Femsa e a AmBev enxerga que a briga no segmento de cervejas top pode gerar um efeito colateral positivo. Ao se concentrar na divulgação da Heineken, a Femsa pode deixar a Kaiser, sua marca popular, desguarnecida.
 
“Vamos crescer no mercado premium com nossas marcas Bohemia e Original. E a Stella Artois vive seu melhor momento, crescendo como nunca cresceu", disse João Castro Neves, diretor geral da AmBev, em teleconferência com analistas, na manhã de hoje (3/3).

A Ambev já adiantou um de seus lançamentos para 2011. No segundo semestre, deve finalmente chegar ao país a marca Budweiser, a marca-símbolo da americana Anheuser-Busch, que foi comprada pela InBev e que deu origem à AB InBev, controladora da AmBev.
 

Acompanhe tudo sobre:ab-inbevAmbevBebidasbebidas-alcoolicasCervejasEmpresasEmpresas abertasEmpresas belgas

Mais de Negócios

Franquias no RJ faturam R$ 11 bilhões. Conheça redes a partir de R$ 7.500 na feira da ABF-Rio

Mappin: o que aconteceu com uma das maiores lojas do Brasil no século 20

Saiba os efeitos da remoção de barragens

Exclusivo: Tino Marcos revela qual pergunta gostaria de ter feito a Ayrton Senna