O valor de mercado da RIM caiu em 77 por cento nos 12 últimos meses, para 6,8 bilhões de dólares (Karen Bleier/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2011 às 09h14.
São Paulo - A Research in Motion recusou abordagens sobre uma possível aquisição pela Amazon.com e outros compradores porque a fabricante do BlackBerry prefere resolver seus problemas sozinha, de acordo com pessoas informadas sobre a situação.
A Amazon contratou um banco de investimentos, em meados do ano, para estudar uma possível fusão com a RIM, mas não apresentou oferta formal, disse uma das fontes. Não se sabe se as conversações informais entre Amazon e RIM chegaram a valores, nem quais outros interessados teriam abordado a RIM para uma possível aquisição.
O conselho da RIM quer que os co-presidentes-executivos Mike Lazaridis e Jim Balsillie tenham como foco a recuperação da empresa por meio do lançamento de novos celulares, melhor uso de ativos como o BlackBerry Messaging e reestruturação, segundo duas fontes. RIM e Amazon se recusaram a comentar o assunto.
Embora a RIM possa fechar acordos de licenciamento de tecnologia e outras formas de parceria comercial para ampliar sua receita, uma venda direta ou a criação de uma joint-venture, por enquanto, não constam de seus planos, disseram as fontes.
"Houve abordagens por outros interessados, que desejavam conversar", disse um executivo de investimento em tecnologia em um banco de Wall Street. "A questão é que é difícil encontrar um valor que faça sentido, na situação deles".
As ações da fabricante canadense de smartphones vêm sofrendo fortes perdas.
O valor de mercado da RIM caiu em 77 por cento nos 12 últimos meses, para 6,8 bilhões de dólares, depois de uma série de resultados decepcionantes, atrasos nas vendas de celulares, vendas fracas do tablet PlayBook e outros tropeços.
As ações sofreram nova queda na semana passada com o anúncio de resultados trimestrais inferiores aos esperados e do atraso no lançamento dos novos modelos BlackBerry 10.
Amazon e RIM ainda estão discutindo formas de expandir suas alianças comerciais, que atualmente incluem um serviço lançado no ano passado para disponibilizar catálogos de músicas a alguns usuários do BlackBerry, segundo as fontes.
A Amazon lançou o tablet Kindle Fire em novembro, que, juntamente com o conteúdo que a empresa pode ofertar, é visto como concorrente potencial para o iPad, da Apple, e para a iTunes. A Amazon não fabrica smartphones.