Novo centro de distribuição da Amazon no Brasil (JULIO VILELA/Amazon/Divulgação)
Mariana Desidério
Publicado em 22 de janeiro de 2019 às 06h42.
Última atualização em 22 de janeiro de 2019 às 06h55.
A Amazon do Brasil passa, a partir de hoje, a entregar 120 mil produtos diretamente ao consumidor, com a inauguração de um novo centro de distribuição em Cajamar,na Grande São Paulo.
Até agora, os únicos produtos entregues diretamente pela Amazon no país eram os livros. Todos os outros eram oferecidos no modelo de marketplace, em que outros varejistas se habilitam para vender seus produtos pelo site da empresa.
Se por um lado o modelo de marketplace simplifica a operação para a Amazon, por outro não permite que a companhia tenha controle sobre atrasos e qualidade do serviço. Agora isso mudou. A empresa passa a ter controle sobre o estoque, e fará a distribuição via parcerias com empresas como Total Express, Correios e Loggi.
Com isso, os clientes passam a ter algumas opções de frete padronizadas pelo site, dentre elas a entrega em até um dia, a depender da localidade. Para compras acima de 149 reais, o frete da Amazon é grátis em todo o Brasil.
"Com isso oferecemos uma boa experiência para o cliente, pois a Amazon passa a ser responsável pela última milha da entrega. E o consumidor também tem a vantagem de receber mais ofertas, o que gera mais competição. Queremos aumentar a barra de qualidade para esse consumidor", afirma Alex Szapiro, presidente da Amazon no Brasil.
O novo centro de distribuição da companhia tem 47 mil metros quadrados e vai entregar produtos de onze categorias. A Amazon também ampliou seu portfólio, incluindo mais quatro segmentos: beleza, bem estar, bebês e brinquedos. Na categoria beleza, a multinacional preparou um site com conteúdo próprio para ajudar o consumidor a escolher o produto mais indicado ao seu tipo de cabelo. Já na categoria bebê é possível elaborar uma lista de compra para disponibilizar a amigos e parentes.
A empresa não revela números de vendas no Brasil, mas afirma que, com o novo centro de distribuição, gera hoje 1.400 empregos diretos e indiretos no país. Com as novas categorias lançadas hoje, a Amazon passa a oferecer mais de 20 milhões de produtos em 15 categorias no Brasil, incluindo itens vendidos diretamente pela companhia ou por vendedores parceiros. Hoje são mais de 800 marcas operando na plataforma da Amazon no país.
A novidade torna mais difícil a vida das concorrentes da companhia de Jeff Bezos. O banco BTG soltou ontem um relatório prevendo avanços logísticos da companhia no Brasil, o que derrubou as ações de outras empresas. A Magazine Luiza caiu 4,13% nesta segunda-feira; a B2W, 3,26%; a Via Varejo, 1,64%.
Batizado de Fulfillment by Amazon, o modelo pelo qual a companhia cuida da gestão do estoque e entrega dos produtos é, nas palavras do BTG, sua “funcionalidade mais bem-sucedida em todo o mundo”. No entanto, o banco espera que a chegada do serviço ao Brasil seja gradual, dada a concorrência de players como a B2W e a Magazine Luiza.
Segundo as estimativas do banco, a Amazon teve receita estimada de 410 milhões de reais em 2017 e 600 milhões de reais em 2018 no Brasil. Um dos fatores que frearam os resultados da empresa no país foi justamente a dificuldade na logística, diz o relatório. O outro fator foi a nossa complexidade tributária.
Há cinco anos e meio no Brasil, a Amazon operou apenas com a venda de livros durante seus quatro primeiros anos por aqui. Em 2017, começou a diversificar seu portfólio, com a venda de segmentos como eletrônicos, casa e cozinha e moda.