Negócios

Alta do dólar eleva custo de importação da Petrobras

A Petrobras deverá gastar cerca de R$ 900 milhões mensais com importações sem reajuste de combustíveis, avaliou relatório do Itaú BBA


	Dilma discursa em cerimônia da petrolífera: a presidente traçou uma estratégia e estabeleceu o dólar e a inflação como duas variáveis que condicionarão o aumento
 (Sergio Moraes/Reuters)

Dilma discursa em cerimônia da petrolífera: a presidente traçou uma estratégia e estabeleceu o dólar e a inflação como duas variáveis que condicionarão o aumento (Sergio Moraes/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2013 às 08h51.

Brasília - Decidida a autorizar novo reajuste para a gasolina e o óleo diesel neste ano, a presidente Dilma Rousseff traçou uma estratégia e estabeleceu duas variáveis que condicionarão o aumento pedido pela Petrobas: dólar e inflação.

A presidente avisou à estatal e aos auxiliares envolvidos com os cálculos do reajuste, segundo uma fonte graduada do governo, que aguardará a "acomodação" do câmbio numa "banda mais estável" de variação. E também quer projeções da área econômica sobre eventuais impactos de um choque de oferta global nas commodities agrícolas causado por nova quebra de safra nos Estados Unidos.

Dilma quer ter segurança sobre o "espaço na inflação" que o governo terá para amortecer seu efeito nos índices de custo de vida. O adiamento do reajuste é uma aposta na "convergência" dessas variáveis para estreitar o aumento. O governo já "precificou" que, a partir de agosto, a inflação medida pelo IPCA voltará a subir. "Todo ano é assim. Por isso, vamos esperar essas duas variáveis para decidir o tamanho do reajuste", informou a autoridade.

Esse "espaço" será decisivo para dimensionar o aumento nos preços na refinaria, uma medida considerada altamente impopular, mas necessária para reduzir as perdas da petroleira estatal com esses combustíveis.

Custo. A Petrobas deverá gastar cerca de R$ 900 milhões mensais com importações sem esse aumento, avaliou relatório do Itaú BBA divulgado ontem, 27. Esse gasto adicional, calcula a corretora, elevará a relação dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, imposto, depreciação e amortização) para 4,2 vezes até o fim de 2014 e a relação dívida líquida/capital total a 46%.

O óleo diesel já foi reajustado duas vezes neste ano - 6,6% em janeiro e 5% em março. A gasolina teve aumento de 5,4% na refinaria em janeiro. A Petrobas alega perdas com a defasagem entre os preços internos e a cotação internacional de derivados de petróleo, cotado em dólar - a moeda americana caiu 0,71% e fechou ontem a R$ 2,37.

O governo não tem mais espaço para neutralizar um novo aumento, já que zerou o imposto da gasolina (Cide) e elevou ao teto a mistura de etanol.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioCapitalização da PetrobrasComércio exteriorDólarEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisImportaçõesIndústria do petróleoMoedasPetrobrasPetróleo

Mais de Negócios

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem

Empresa cresce num mercado bilionário que poupa até 50% o custo com aluguel

Como esta administradora independente já vendeu R$ 1 bilhão em consórcios