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Alta do cacau faz barras perderem 'status' de chocolate

Fabricante britânica reduz teor da matéria-prima e muda rótulo para “sabor chocolate” em meio à crise global da commodity

No Brasil, um projeto aprovado no Senado estabelece que o chocolate ao leite tenha, no mínimo, 25% de cacau (gustavomellossa/iStock /Getty Images)

No Brasil, um projeto aprovado no Senado estabelece que o chocolate ao leite tenha, no mínimo, 25% de cacau (gustavomellossa/iStock /Getty Images)

Publicado em 22 de outubro de 2025 às 05h50.

As barras Penguin e Club, produzidas pela empresa Pladis, dona das marcas McVitie’s, Godiva, Go Ahead e Jacobs, não podem mais ser comercializadas como chocolate no Reino Unido.

Segundo a BBC, a mudança ocorre após o aumento recorde nos preços do cacau, que levou a empresa a alterar a composição das receitas e substituir parte do ingrediente por alternativas mais baratas.

A Pladis confirmou que as coberturas das barras agora são feitas com “sabor chocolate” e não mais como chocolate. A decisão foi tomada após o encarecimento do insumo, resultado da redução na oferta global e das secas prolongadas em países produtores, como Costa do Marfim e Gana, principais fornecedores da matéria-prima no mercado internacional.

As novas formulações usam massa de cacau combinada a outros ingredientes, como óleos vegetais, reduzindo o teor total de sólidos de cacau para menos de 20% — abaixo do limite mínimo exigido pela legislação do Reino Unido para que o produto seja classificado como chocolate ao leite.

Segundo um porta-voz da Pladis, testes realizados com consumidores indicaram que o sabor das novas barras se manteve semelhante ao original. A empresa afirmou ainda que as alterações foram necessárias para lidar com o cenário global e garantir a continuidade da produção.

Cacau atinge preços recordes e pressiona a indústria

Embora o preço do cacau tenha desabado nas últimas semanas, o insumo mais do que triplicou em três anos, saindo da média de US$ 3.500 para cerca de US$ 11.500 por tonelada em 2024. A disparada elevou o custo das fabricações de chocolates e impactou diretamente produtos sazonais, como ovos de Páscoa, que ficaram mais caros para o consumidor final.

As regulamentações britânicas exigem que o chocolate ao leite tenha no mínimo 20% de sólidos de cacau, enquanto a União Europeia estabelece um limite um pouco mais alto, de 25%.

No Brasil, um projeto aprovado no Senado estabelece que o chocolate ao leite tenha, no mínimo, 25% de cacau.

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