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Alitalia suspende 60% dos voos por greve de funcionários

Os funcionários protestam pelo plano de saneamento das contas da Alitalia, que arrasta há mais de uma década sérios problemas financeiros

Protesto de funcionários a Alitalia: devido ao protesto, a Alitalia também teve que cancelar 34 voos programados para amanhã, todos com destino a Roma e Milão (Remo Casilli/Reuters)

Protesto de funcionários a Alitalia: devido ao protesto, a Alitalia também teve que cancelar 34 voos programados para amanhã, todos com destino a Roma e Milão (Remo Casilli/Reuters)

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EFE

Publicado em 23 de fevereiro de 2017 às 16h40.

Roma - A companhia aérea Alitalia suspendeu nesta quinta-feira 60% de seus voos programados, nacionais e internacionais, por causa da greve de seus funcionários contra o plano de saneamento apresentado pela direção da empresa.

A companhia aérea suspendeu 60% dos voos previstos para hoje de aeroportos italianos, como Roma, Milão e Veneza, mas também de outras bases internacionais, como Barcelona, Paris, Nova York e Frankfurt.

Além disso, devido ao protesto, a Alitalia também teve que cancelar 34 voos programados para amanhã, todos com destino a Roma e Milão, e dos quais 13 deveriam partir de cidades estrangeiras como Madri, Barcelona, Paris, Londres, Moscou e Cairo.

A jornada de hoje transcorreu com normalidade, mas as queixas do pessoal da Alitalia foram sentidas em diferentes pontos do país, com especial intensidade na capital, onde os trabalhadores se manifestaram durante várias horas no aeroporto de Fiumicino.

Os funcionários protestam pelo plano estratégico e de saneamento das contas da Alitalia, que arrasta há mais de uma década sérios problemas financeiros, que não foram resolvidos mesmo com a participação, desde 2014, da companhia dos Emirados Árabes Etihad em seu capital.

Este plano prevê, entre outras coisas, a substituição de forma unilateral por parte da companhia do convênio coletivo nacional, cuja vigência finalizou em dezembro de 2016, por outro desenvolvido pela empresa.

Isto levaria a uma redução dos salários e se somaria às demissões que a Alitalia deve executar com o objetivo de reduzir suas perdas.

Os sindicatos e a direção da Alitalia devem manter uma reunião amanhã, sexta-feira, para tentar solucionar a situação, depois das tentativas de mediação do governo italiano, com duas reuniões nos últimos dias, uma com os funcionários e outra com a empresa.

A Alitalia vem há anos arrastando problemas financeiros e em 2009 chegou a estar à beira da falência, mas foi salva por um grupo de aproximadamente 20 investidores privados italianos e do consórcio Air France-KLM.

Em dezembro de 2013, a companhia anunciou um aumento de capital de 300 milhões de euros e, em julho de 2014, chegou a um acordo de compra com a Etihad, pelo qual a companhia dos Emirados injetaria cerca de 560 milhões de euros (US$ 762.4 milhões) e assumira 49% da empresa.

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