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Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2011 às 19h18.
O agravamento da situação financeira da Alitalia, nos primeiros meses do ano, levou sua auditoria, a Deloitte & Touche, a recomendar que a companhia aérea prepare-se para encerrar suas operações, caso nenhum plano consistente de recuperação seja implementado. "A piora contínua nos primeiros meses de 2004 e a ausência de medidas adequadas e incisivas forçará a diretoria da Alitália a buscar outras soluções, inclusive aquelas referentes à liquidação", afirmou a Deloitte & Touche.
A auditoria já havia se declarado, em 20 de maio, impedida de aprovar as contas da empresa, referentes a 2003. Os técnicos alegaram que não poderiam emitir uma opinião sobre o balanço sem que a companhia aérea detalhasse seu plano de recuperação. Os resultados preliminares mostraram que, em 2003, a Alitalia obteve prejuízo líquido de 520 milhões de euros, contra lucro líquido de 93 milhões em 2002.
No primeiro trimestre deste ano, a situação continuou se deteriorando. As perdas, antes de impostos e taxas, foram de 206 milhões de euros. As reservas em caixa caíram de 515 milhões, em dezembro, para 256 milhões no final de março, conforme o jornal britânico Financial Times.
O governo italiano detém 62% do capital da companhia e nomeou uma nova diretoria em maio para elaborar um plano de ação. O novo executivo-chefe da Alitalia, Giancarlo Cimoli, tem evitado detalhar seus projetos, mas sabe-se que a empresa busca um empréstimo-ponte, afiançado direta ou indiretamente pelo governo italiano, para revitalizar seu caixa. Alguns ministros, porém, afirmam que nenhuma decisão foi tomada.
A crise da Alitalia foi aprofundada com a expansão do mercado de vôos de baixo custo em terrritório doméstico, o que a levou a perder participação de mercado em seu próprio país. A companhia detém cerca de 50% de participação na Itália. Trata-se da mais baixa porcentagem de uma companhia aérea européia em seu país de origem.