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Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2011 às 15h32.
São José dos Campos, São Paulo - Após três anos de reestruturação, a Alitalia deve atingir equilíbrio financeiro este ano. "Em 2011 devemos conseguir o equilíbrio financeiro e a partir de 2012 devemos começar a crescer, afirmou o presidente mundial da empresa, Rocco Sabelli, que esteve hoje na sede da Embraer, em São José dos Campos, para a entrega formal de um jato Embraer 190, o primeiro de uma encomenda de 20 unidades feita em janeiro (cinco do modelo E-190 e 15 do E-175). "Devemos encerrar este ano com um faturamento de 3,6 bilhões de euros e 25 milhões de passageiros transportados", disse o executivo. Em 2010, a companhia aérea transportou cerca de 23 milhões de passageiros e obteve cerca de 3,2 bilhões de euros em receita.
A recuperação da ex-estatal italiana começou em janeiro deste ano, após a Air France-KLM ter comprado 25% da empresa. Segundo Sabelli, a Alitalia deve encerrar o próximo ano com 160 aviões na frota, sendo 62 deles novos em relação a 2009 e todos os demais com os seus interiores completamente renovados. "Investimos 1,7 bilhão de euros na aquisição de novas aeronaves e 600 milhões de euros na modernização das existentes". disse.
Nos próximos cinco meses, a Alitalia deve decidir também se transformará em opção firme as quatro opções de compra que possui de aviões da Embraer. Segundo o executivo, os aviões da empresa brasileira são usados nos voos da Alitalia dentro da Europa. Esse mercado representa cerca de 15% do faturamento total da empresa.
De acordo com Sabelli, a Alitalia analisou aviões de outras duas fabricantes, a Bombardier e a Suhkoi (parceria entre a Rússia e a Itália) antes de optar pelas aeronaves brasileiras. "Havia uma pressão para que optássemos pelos aviões da Suhkoi, claro, já que é uma parceria italiana, mas fizemos uma pesquisa com clientes e pessoal técnico e os aviões da Embraer obtiveram as notas mais altas. Numa escala de zero a cinco, os clientes deram nota 4,5 e o pessoal técnico, 4", afirmou.
Sabelli afirmou ainda que, a partir de novembro, a companhia deve ampliar em cerca de 15% seu número de voos entre Itália e Brasil. Além disso, a partir de 2012 espera criar novos destinos internacionais, como Índia, Coreia e Emirados Árabes.
Sobre a crise europeia e da Itália, em particular, e seus efeitos sobre o setor aéreo, ele classificou a situação como preocupante, mas acredita que a Alitalia será menos afetada do que outras empresas. "A crise deve afetar principalmente as viagens a negócio e a maioria dos nossos passageiros, cerca de 85%, viajam a lazer", afirmou.