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Alibaba quer entrar no setor de crédito no Brasil

Jack Ma falou que a prioridade do grupo vai ser entrar no mercado de crédito, mas não especificou de que forma

Alibaba: grupo quer investir em comércio eletrônico, logística e financiamento inclusivo (Nelson Ching/Bloomberg)

Alibaba: grupo quer investir em comércio eletrônico, logística e financiamento inclusivo (Nelson Ching/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de abril de 2017 às 11h20.

Genebra - A gigante chinesa do comércio eletrônico Alibaba quer entrar no mercado de crédito no Brasil. Essa é, segundo o fundador e presidente executivo da empresa Jack Ma, uma das áreas prioritárias para o grupo no país em 2017.

"Queremos investir em comércio eletrônico, logística e financiamento inclusivo", disse o magnata, o 23.º homem mais rico do mundo.

O executivo, que tem fortuna estimada em US$ 30 bilhões, não detalhou que tipo de serviço de crédito pretende lançar no País. "Já temos negócios B2B (empresa a empresa) e B2C (empresa ao consumidor) no Brasil", disse ele.

"Fomos muito bem nos últimos anos. Mas agora temos alguns problemas, e nosso time está trabalhando nisso", disse, sem revelar quais seriam os obstáculos.

O Alibaba chegou ao mercado brasileiro em 2014 com o site AliExpress.com, com atuação no varejo, e o Alibaba.com, voltado para vendas no atacado.

No ano passado, o Brasil chegou a ser o quarto maior país em número de clientes para o grupo, com 2,5 milhões de usuários ativos por mês.

A empresa, porém, enfrentou desafios no mercado brasileiro, especialmente relacionados à fiscalização do comércio de artigos falsificados no site e também pela logística difícil, que faz algumas entregas demorarem até três meses para chegar aos consumidores.

Mesmo sem revelar detalhes de seu plano durante seu discurso no escritório da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, Ma deixou claro que seu foco são as pequenas companhias.

"Temos de estar de olho nas empresas de menos de 30 funcionários, com pessoas com menos de 30 anos. Eles estarão na ponta", disse o empresário, que viaja para a América Latina nos próximos dias em busca de oportunidades de negócios na Argentina e México.

Empréstimos

Na China, Alibaba desenvolveu o "e-Credit Line", uma linha de crédito destinada a financiar compras no site que pode chegar a US$ 5 mil.

Ma controla ainda a Ant Financial, empresa do grupo voltada para microcrédito e empréstimos para pequenas empresas.

Em 2015, o executivo garantiu que iria apoiar 1 milhão de empresários do setor de tecnologia na China e 10 milhões de comerciantes em três anos.

A gigante do e-commerce também tem parcerias com outras empresas para oferecer crédito nas cidades mais pobres do seu país de origem.

Nos Estados Unidos, em reunião com o presidente Donald Trump, em janeiro, ele prometeu criar 1 milhão de novos empregos no país.

"Se ajudarmos pequenos negócios, mulheres e fazendeiros, criaremos muitos postos de trabalho", disse Ma. "Criamos 30 milhões de novas vagas na China. Um milhão não será difícil."

Perfil

Com pouco mais de 1,50 metro de altura, Ma se transformou em uma celebridade. Sua companhia foi fundada em seu apartamento em 1999 e hoje tem valor de mercado de US$ 290 bilhões, bastante superior a empresas como eBay e Hewlett-Packard. O chinês vende livros e DVDs sobre a "sabedoria de Jack Ma". Ele chega a passar 800 horas por ano em aviões.

Na ONU, ele já ganhou um cargo de "conselheiro especial". É comum ver o executivo sendo seguido nos corredores por diplomatas que tentam tirar uma foto e o bajulam como chefe de Estado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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