Repórter de Negócios
Publicado em 27 de abril de 2024 às 08h40.
Última atualização em 28 de abril de 2024 às 08h52.
Agora o Bacio Di Latte também é picolé. A marca de gelato inaugurou nesta semana sua primeira loja de picolés no Shopping Higienópolis, em São Paulo. A loja oferece algumas opções de totens e coberturas para que os clientes montem um picolé personalizado. O sorvete em palito chamado de Picolé Insano é vendido a partir de R$ 23,90.
O picolé tem ganhado destaque no mercado de sorvetes brasileiro. De acordo com dados da consultoria Kantar, o faturamento de picolés fora de casa ultrapassou o de sorvetes em potes pela primeira vez em quatro anos, chegando a R$ 1,3 bilhões no acumulado de 12 meses até julho de 2023.
Com a nova frente de negócio, o fundador italiano Edoardo Tonolli tem alguns objetivos: atrair a geração Z com uma proposta mais divertida; aumentar o número de lojas em shoppings, que hoje concentram cerca de 80% das unidades; e ofertar uma gama maior de produtos para conquistar cada vez mais espaço no varejo. Com isso, a expectativa é faturar R$ 800 milhões, alta de cerca de 20%.
A ideia de criar uma loja especializada em picolés surgiu depois que um quiosque dedicado ao produto bombou no Leblon, no Rio de Janeiro. Os executivos da empresa não sabiam se o público receberia bem o picolé da marca. Mas, após o teste, decidiram apostar na nova frente de negócio.
"O resultado da campanha temporária nos surpreendeu. Os clientes formavam fila para comprar o picolé. Ali vimos uma nova oportunidade de crescimento", diz Edoardo Tonolli, sócio-fundador do Bacio Di Latte.
Com a nova unidade, a marca de gelato chega a 175 lojas em operação no Brasil, além de quatro unidades nos Estados Unidos. Até o final do ano a expectativa é abrir cerca de 30 pontos de venda, entre lojas tradicionais, lojas de picolés e quiosques.
"Com as lojas de picolés, a Bacio vai se aproximar do público mais jovem e conseguir abrir novas lojas em shoppings onde já atuamos", diz Tonolli.
Nascida na rua Oscar Freire, em São Paulo, a Bacio di Latte usa desde 2011 a receita italiana na fabricação dos sorvetes, e que por isso são chamados de gelatos. Isso quer dizer que os sabores levam mais creme de leite e leite do que os sorvetes comuns, o que os deixa mais cremosos, explica Tonolli.
O negócio nasceu de uma insatisfação: Tonolli trabalhava na empresa de sua família na Itália, no mercado financeiro, e não se sentia realizado. “Eu não me encontrava muito bem, não conseguia ver o que eu vendia, achava sem sentido”, conta.
Decidiu se arriscar pelo Brasil com o sócio escocês Nick Johnston, e resgatar uma velha ideia de negócio: uma gelateria, sorveteria do tipo que a Itália conhece bem, mas que ainda é novidade na maior parte dos países.
O investimento para começar o negócio foi de R$ 1,2 milhão. Em 2016, com a marca já em expansão, o empreendedor foi em busca de um investidor para alavancar o crescimento da gelateria. Foi então que recebeu um aporte de R$ 25 milhões de um fundo de investimento Grupo TMG Capital, que hoje detém 32% da marca.
Quer dicas para decolar o seu negócio? Receba informações exclusivas de empreendedorismo diretamente no seu WhatsApp. Participe já do canal EXAME EmpreendaBacio Di Latte inaugura sua primeira loja de picolés em São Paulo (Bacio Di Latte/Divulgação)
Um grande diferencial do modelo de negócio do Bacio é o preparo dos sorvetes, que é feito diariamente nas lojas. Das 175 unidades espalhadas pelo país, 70% preparam o sorvete in loco. As demais, em especial os quiosques, que possuem estrutura reduzida, recebem o produto de uma cozinha central localizada em Cotia, na Grande São Paulo.
Ir além das lojas próprias tem sido o foco de expansão da Bacio nos últimos anos. Desde 2020, a marca conta com uma fábrica em Minas Gerais focada na produção de sorvetes em potes para o varejo.
Presente em 3.000 pontos de venda, em boa parte deles com um freezer próprio da marca, o varejo já representa 20% da receita da companhia. Até o fim do ano, os picolés devem representar 5% desse resultado.
"O picolé incrementa nossa oferta ao varejo e facilita a expansão dos pontos de vendas. A expectativa é chegar a 4.000 até o fim do ano", diz Tonolli.