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Hábitos do consumidor e venda de seminovos devem elevar lucro da Movida

Impulsionadas por novos hábitos, as locadoras de veículo devem ser um dos grandes destaques nos resultados do terceiro trimestre

Agência da Movida (Germano Lüders/Exame)

Agência da Movida (Germano Lüders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2019 às 07h26.

Última atualização em 6 de novembro de 2019 às 08h06.

São Paulo — As locadoras Movida, Unidas e Localiza têm se beneficiado das mudanças de comportamento do consumidor em relação a compras de carros, como deve voltar a ficar claro nesta quarta-feira.

Cada vez mais, pessoas trocam a posse do automóvel pelo uso de aplicativos de mobilidade ou aluguéis pontuais. Agora, buscam ampliar as fontes de receitas para além da locação, para melhorar as margens. Por outro lado, ganharam novos concorrentes de peso: montadoras decidiram ingressar no ramo de locação.

A Movida irá anunciar os resultados do terceiro trimestre hoje, 6, após o fechamento do mercado. De acordo com relatório do Bradesco, ela deve apresentar um aumento de 15% no volume de carros alugados diariamente. A Movida é menor que suas concorrentes: tem valor de mercado de 4,5 bilhões de reais, enquanto a Unidas vale 7,5 bilhões de reais e a Localiza, 32,3 bilhões de reais. Por outro lado, foi a que mais se valorizou desde o começo do ano, com alta de 70% nas ações.

Neste trimestre, o maior crescimento das locadoras deverá vir de outras frentes de negócios, além do aluguel de carros. Um exemplo é a gestão de frotas corporativas, que no caso da Movida pode acelerar 45% este trimestre, segundo expectativas.

A melhora nas receitas e margens pode vir de um negócio até então secundário para as locadoras: venda de veículos seminovos. Ainda que não seja a principal atividade das locadoras, é essencial para o crescimento das margens.

Nesse aspecto, a Movida tem uma vantagem em relação a suas concorrentes. Os cinco modelos de veículos mais frequentes da Movida têm o preço médio anunciado mais alto entre as empresas analisadas, cerca de 7% acima do preço médio anunciado pelas concorrentes, de acordo com uma análise da XP.

O carro mais presente em seu estoque, o HB20, está entre os três carros mais vendidos no Brasil desde 2014, o que mostra a atratividade desse carro para o consumidor, diz o relatório.

A Movida deve alcançar vendas de 14.800 carros no trimestre, um avanço em relação aos 8.000 carros vendidos no terceiro trimestre do ano passado, segundo análise do Bradesco.

Para a Movida, a venda de carros é uma das principais apostas para a melhora das margens Ebitda. Com a venda de seminovos, a Movida deve apresentar receitas de 976 milhões de reais, aumento de 60% em relação ao ano passado e Ebitda de 171 milhões de reais, alta de 45%, segundo expectativas do Bradesco.

O setor de locação ganhou, recentemente, novos concorrentes de peso. Montadoras passaram a oferecer locação de seus modelos para pessoas físicas, na busca por novas receitas alternativas para assegurar sua sobrevivência.

A Toyota entrou no ramo de locação por meio de sua rede de concessionárias, em setembro. O objetivo é estender o aluguel também para clientes corporativos.

Por meio de seu braço financeiro, a Volkswagen criou há dois anos a Fleet, que aluga automóveis do grupo para médios e grandes frotistas. Recentemente, a empresa iniciou um projeto para oferecer também caminhões e ônibus e a próxima etapa é a locação para pessoa física.

Em resposta, as líderes Localiza e Unidas afirmaram que têm um diferencial importante na competição com as montadoras: a experiência. Não é uma operação simples e os desafios vão desde o gerenciamento logístico e manutenção dos carros até a problemas como furto e fraude e o próprio atendimento ao cliente.

A Unidas precisará mostrar que consegue manter sua posição no segmento de locação e crescer em novas frentes, como a venda de seminovos.

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