A francesa Alcatel S.A. e a americana Lucent Technologies Inc. assinaram um acordo de fusão neste domingo (02/04) para criar uma gigante de equipamentos de telecomunicação comandada pela presidente da Lucent, Patricia Russo. O negócio gerará uma companhia com renda anual de cerca de 25 bilhões de dólares se aprovado por acionistas e agências reguladoras.

Tanto a Alcatel, que tem capitalização de mercado de 21,5 bilhões de dólares, quanto a Lucent, com capitalização de 13,8 bilhões de dólares, produzem equipamentos para redes de telefone e internet. Apesar de a operação ter sido chamada de fusão igualitária, a Alcatel, a maior das duas parceiras, deve mostrar mais força no planejamento do futuro da companhia conjunta, que ainda não tem nome. A francesa terá cerca de 60% da nova empresa, deixando 40% à Lucent - os acionistas da americana receberão 0,1952 de uma ADS (American Depositary Share) representando ações ordinárias da Alcatel (como a empresa combinada) para cada ação comum da Lucent que detêm hoje. 

Os papéis da companhia serão listados na bolsa de Paris, e não nos Estados Unidos. Grande parte da equipe que auxiliará Patricia Russo virá da Alcatel, incluindo o diretor de operações, o diretor financeiro, o chefe da unidade de mercados emergentes e o diretor de recursos humanos. O braço direito de Patricia na Lucent, o diretor de operações Frank D';Amelio, será o vice-presidente-executivo da nova companhia, responsável pela integração das operações, segundo o jornal americano The Wall Street Journal.

A diretoria será composta por seis membros da Alcatel e seis da Lucent, além de dois diretores independentes que devem ter, necessariamente, nacionalidade européia - o presidente da diretoria será o atual presidente da Alcatel, Serge Tchuruk. Espera-se que a força de trabalho das duas companhias combinada - cerca de 88 mil funcionários - seja cortada em 10%, e que a nova empresa economize 1,7 bilhão de dólares dentro de três anos por meio de eliminação de estratégias de vendas semelhantes, escritórios de representação e até pesquisa e desenvolvimento.

A companhia resultante da fusão deve contar ainda com uma subsidiária independente nos Estados Unidos, que cuidará de contratos com o governo do país. A subsidiária deve ser gerida de forma separada, por uma diretoria composta por três cidadãos americanos aprovada pelo governo dos Estados Unidos.

A fusão entre Lucent e Alcatel não foi surpresa para o mercado, que em 2001 acompanhou o processo de negociação entre as duas companhias. Na época, as conversas não vingaram porque os dois lados não conseguiram se entender quanto ao controle da futura empresa.