Banco Safra: herdeira deixa instituição após racha na família (Germano Lüders/Exame)
Mariana Desidério
Publicado em 28 de outubro de 2019 às 09h26.
Última atualização em 28 de outubro de 2019 às 09h35.
O banco Safra comunicou hoje a saída de Alberto Safra do conselho de administração da instituição. De acordo com comunicado, o executivo continuará fazendo parte do grupo, e “sua saída se deve exclusivamente à sua intenção pessoal de dedicar-se a outro projeto com a família”.
No entanto, o pano de fundo para a decisão é um racha entre Alberto, que era responsável pela área de empresas da instituição, e seu irmão mais novo Davi Safra, de 35 anos, responsável pela área que atende pessoas físicas. Os dois tocavam o dia a dia do negócio juntos desde 2012.
Em setembro, EXAME publicou que o lançamento da carteira digital do Safra provocou um racha entre os irmãos. Quando Alberto lançou a wallet em julho, Davi disse que o produto tinha mais sinergia com o público de pessoas físicas, que fica sob seu guarda-chuva.
A decisão coube ao pai Joseph, maior acionista do banco e homem mais rico do Brasil (segundo a revista Forbes, tem 22,8 bilhões de dólares). Ele concordou com Davi. Nesse momento, Alberto preferiu se afastar. Alugou um escritório na avenida Brigadeiro Faria Lima, centro financeiro da capital paulista, e comprou 200 notebooks para montar uma startup voltada ao mercado financeiro. Ele acredita que o futuro dos bancos está atrelado ao desenvolvimento tecnológico e, por isso, quer competir com os bancos digitais, de acordo com três fontes diferentes.
Quem assumiu suas funções foi o outro irmão, Jacob, que mora na Suíça e cuida da área internacional do Safra. Mesmo estando a 9.000 quilômetros de distância, Jacob criou um cargo de vice-presidente comercial e escolheu uma pessoa de sua confiança da comunidade judaica para comandá-lo. A área comercial era uma das searas de Alberto. Agora, a saída de Alberto tornou-se oficial.