Gabrielli, presidente da Petrobras: "números exatos [da dívida] dependem do câmbio" (Renato Araújo/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2010 às 14h46.
Porto Alegre - A alavancagem da Petrobras deverá passar para 30 por cento, do patamar atual de 16-18 por cento, após o endividamento previsto de 76 bilhões de dólares em um perído de sete anos, disse o presidente da estatal José Sergio Gabrielli nesta sexta-feira.
Segundo ele, metade desse total consistirá em dívida nova e o restante será usado para rolar dívidas antigas.
A Petrobras estipulou um limite de alavancagem (dívida/capital próprio) de até 35 por cento, com o objetivo de se manter como empresa de grau de investimento, o que facilita a busca de financiamentos.
A estimativa de Gabrielli para o futuro endividamento da companhia foi a segunda feita pelo presidente da estatal após a capitalização de 120 bilhões de reais do final de setembro, e da qual o caixa da empresa recebeu 25 bilhões de dólares. Os demais recursos foram destinados à União, principal acionista da companhia, em troca de reservas de 5 bilhões de de barris de óleo equivalente no pré-sal da bacia de Santos.
No início do mês, o executivo havia informado que iria precisar de 60 bilhões de dólares nos próximos cinco anos.
"Não teremos problema de financiamento, nosso problema é na cadeia de fornecedores para que possamos crescer na velocidade que precisamos", disse Gabrielli durante seminário "Pré-sal e o Rio Grande do Sul-Oportunidades para a Indústria, Trabalhadores e Sociedade".
Por conta da dificuldade com a cadeia produtora de equipamentos, ele disse que a companhia lançou no mês passado o Programa Progredir, que terá recursos da ordem de 3 bilhões de reais para financiar seus fornecedores.
Após sua palestra, Gabrielli concedeu entrevista a jornalistas e explicou que a dívida nova deverá seguir uma estrutura de financiamento "mais ou menos semelhante à da dívida atual".
"Os número exatos dependem muito da taxa de câmbio... então estamos estimando 38 bilhões de dólares de dívida nova, que terá basicamente a mesma estrutura da dívida atual", declarou.
"Pouco mais de um terço será dívida bancária, um pouco menos de um terço da dívida com o mercado de capitais, ou seja emissões de títulos, 'bonds' e debêntures para o mercado de capitais, e temos em torno de um terço com bancos de desenvolvimento e agências de financiamento a exportações de países fornecedores", explicou. Gabrielli não quis prever o total a ser investido pela empresa em 2011.