Negócios

Airbnb movimenta 3 vezes mais a economia no Brasil que hotéis

Pesquisa da Fipe calculou que a plataforma gerou R$ 2,5 bi para a economia brasileira

Airbnb: A plataforma afeta principalmente os setores de comércio e alimentação (Airbnb/Divulgação)

Airbnb: A plataforma afeta principalmente os setores de comércio e alimentação (Airbnb/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 26 de outubro de 2017 às 08h00.

Última atualização em 26 de outubro de 2017 às 08h00.

São Paulo - Para qualquer país, o turismo é um importante motor para a economia. Compras, hospedagem e passeios movimentam altos valores nas cidades turísticas.

O Airbnb, maior plataforma de compartilhamento de casas do mundo e com mais quartos que qualquer rede hoteleira, calculou o valor que a companhia adicionou ao PIB brasileiro no ano passado. Foram 2,5 bilhões a mais na economia do país, ou 0,04% do total do PIB em 2016.

A pesquisa, feita em conjunto com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), também calculou que o turista que usa a plataforma gasta, em média, três vezes mais do que turistas que se hospedam em hotéis.

Além do incremento de renda dos anfitriões brasileiros, a pesquisa inclui gastos com alimentação, compras, passeios, atrações e transporte. Esse valor já leva em consideração a redução do consumo no local de origem do turista.

O documento ainda calculou que a plataforma gerou o equivalente a 70 mil empregos.

A plataforma afeta principalmente os setores de comércio e alimentação, acrescentando 623 milhões de reais e 501 milhões de reais respectivamente e quase 40 mil empregos.

É a primeira vez que a Fipe analisa o impacto socioeconômico do Airbnb no Brasil. O estudo se baseia em dados da empresa sobre as operações no país, levantamentos anteriores da fundação sobre o turismo brasileiro, números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Núcleo de Economia Regional e Urbana da USP (Nereus).

Airbnb e hotéis tradicionais

A companhia movimentou ainda mais que o setor hoteleiro tradicional. O turista que se hospeda em um dos locais disponíveis na plataforma gasta cerca de três vezes mais que aquele que se hospeda em hotéis. Eles costumam passar mais tempo no destino e consumir mais nos comércios de bairro.

Como consequência, os hóspedes do Airbnb acrescentaram 788,2 milhões de reais a mais ao PIB brasileiro do que se tivessem se hospedado em hotéis ou pousadas, segundo estimativa da Fipe.

No entanto, o impacto ainda é pequeno, já que o número de pessoas que se hospedam por meio da plataforma representa apenas 2,1% do total de hóspedes no Brasil.

No Brasil, o Airbnb reúne cerca de 143 mil anúncios e registrou mais de um milhão de chegadas de hóspedes em 2016. A plataforma conta com quase 90 mil anfitriões e o ganho anual de um anfitrião brasileiro típico no ano passado foi de R$ 6.070.

 

Acompanhe tudo sobre:Airbnbeconomia-brasileiraHotéisTurismo

Mais de Negócios

Nestlé inaugura fábrica com maior capacidade de produção de KitKat do mundo no Brasil

Kodak, Nokia e BlackBerry: como estão as gigantes da tecnologia que bombavam nos anos 1990

Frotas que utilizam a tecnologia da Geotab podem apresentar uma redução de até 40% nas colisões

Ela criou um negócio milionário ao combater a inflação médica do Brasil, uma das maiores do mundo