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Airbnb mira América Latina, seu mercado de expansão mais rápida

A empresa de locação de casas e apartamentos informou que vai recolher e remeter impostos na Cidade do México, 1º acordo do tipo na América Latina

Turismo no México: a América Latina é atualmente o mercado de mais rápido crescimento do Airbnb, superando o Japão (Donald Miralle/Getty Images)

Turismo no México: a América Latina é atualmente o mercado de mais rápido crescimento do Airbnb, superando o Japão (Donald Miralle/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2017 às 17h34.

São Francisco - Ao voltar suas atenções para a América Latina, o sempre combativo Airbnb está adotando uma abordagem incomum: dar aos governos locais o que eles querem.

A empresa de locação de casas e apartamentos informou que vai recolher e remeter impostos na Cidade do México, primeiro acordo do tipo na América Latina.

O Airbnb destinará 3 por cento das receitas geradas com reservas na Cidade do México para a prefeitura. Os hotéis locais também pagam um imposto sobre alojamentos de 3 por cento às autoridades locais.

O Airbnb informou que pretende replicar o modelo tributário em toda a região.

A América Latina é atualmente o mercado de mais rápido crescimento do Airbnb, superando o Japão. A companhia possui 250.000 propriedades listadas na região, que engloba México, América do Sul e partes do Caribe, incluindo Cuba.

O Airbnb informou que as reservas na América Latina subiram 148 por cento nos últimos 12 meses. A empresa de capital fechado preferiu não revelar suas receitas.

O Airbnb está adotando uma postura cordial em relação às autoridades para evitar grandes conflitos.

A empresa concordou em divulgar impostos em nome de seus anfitriões nas cidades de Nova York, São Francisco e outras, mas o fez só após longas batalhas com as autoridades, em alguns casos nos tribunais.

Neste mês, o Airbnb resolveu uma ação judicial com São Francisco e fechou acordo para registrar os anfitriões de Nova York em uma base de dados estadual.

Mas a companhia continua confrontando as autoridades em Barcelona, em Miami, no Sul da Califórnia e em outros lugares devido a questões relacionadas a hospedagem.

Chris Lehane, chefe de políticas do Airbnb, afirmou que a companhia planeja adotar uma abordagem amigável na América Latina.

A empresa atualmente discute acordos similares ao da Cidade do México com as prefeituras de Buenos Aires e de São Paulo.

“Isto é só o começo”, disse ele. “Estamos preparados para ser flexíveis e experimentar.”

O Airbnb tem grandes planos para a América Latina. Espera duplicar sua equipe na região até o fim do ano e abrir escritórios na Argentina, no Brasil e no México.

O número de funcionários provavelmente quadruplicará para 120 pessoas nos próximos dois anos, informou o Airbnb.

Os planos são semelhantes aos da Uber Technologies, a única startup de tecnologia dos EUA com avaliação maior que a do Airbnb.

A empresa de caronas compartilhadas dedicou um montante considerável de recursos à região após perder mais de US$ 2 bilhões na China e vender seus negócios no país para uma rival local. O Airbnb atualmente busca encontrar uma forma de entrar na China.

Também como a Uber, o Airbnb enfrenta concorrência em todos os lugares onde chega, inclusive na América Latina.

Muitos brasileiros utilizam os serviços da empresa local Hotel Urbano, que é apoiada por pelo menos US$ 130 milhões da gigante das reservas de viagens Priceline Group e por outras, segundo a empresa de pesquisa CB Insights.

A Expedia é dona da AlugueTemporada, que opera um serviço similar, mas lista apenas 30.000 residências na América Latina.

No Brasil, o Airbnb permite que os clientes paguem por suas estadias por meio de boleto bancário, um método de pagamento oferecido por bancos, casas lotéricas e agências dos Correios.

Após fazerem uma reserva no Airbnb, os hóspedes recebem um código que apresentam juntamente com o pagamento em um estabelecimento que aceite boletos. A instituição, então, paga o Airbnb.

O boleto se popularizou durante a recessão no Brasil. O Airbnb está fazendo testes para acomodar outros sistemas de pagamentos únicos dos países latino-americanos, disse Lehane.

“Precisamos descobrir como o nosso produto pode se adequar à forma com a qual as pessoas estão acostumadas a trabalhar.”

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