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Air France-KLM e Gol anunciam parceria para hub no Nordeste

Parceria ocorre no momento em que a companhia aérea franco-holandesa vê sinais de recuperação da demanda no mercado brasileiro

Air France-KLM terá cinco voos semanais para Europa partindo de Fortaleza operados por sua nova companhia aérea de baixo custo Joon e pela KLM (Balint Porneczi/Bloomberg/Bloomberg)

Air France-KLM terá cinco voos semanais para Europa partindo de Fortaleza operados por sua nova companhia aérea de baixo custo Joon e pela KLM (Balint Porneczi/Bloomberg/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 25 de setembro de 2017 às 10h33.

Última atualização em 25 de setembro de 2017 às 13h07.

São Paulo - A Air France-KLM e Gol anunciaram nesta segunda-feira uma parceria para construir um hub na cidade de Fortaleza, num momento em que a companhia aérea franco-holandesa vê recuperação da demanda no mercado brasileiro, ampliando operações também em São Paulo e no Rio de Janeiro.

A Air France-KLM terá cinco voos semanais para Europa partindo de Fortaleza operados por sua nova companhia aérea de baixo custo Joon e pela KLM, disse nesta segunda-feira a jornalistas Jean Mark Pouchol, diretor da Air France-KLM para América do Sul.

A Gol, maior empresa doméstica de aviação e da qual a Air France-KLM é sócia, vai alimentar estes voos da parceira europeia em Fortaleza, ampliando em 35 por cento os voos que atendem Fortaleza e também ajustando sua malha para ampliar oferta em Recife, Salvador, Belém e Manaus e criando uma nova rota entre Natal e Fortaleza.

As empresas não informaram valores a serem investidos nohub, que foi lançado dois anos depois da rival Latam adiar planos para ter seu próprio centro de distribuição de voos no Nordeste.

O governador do Ceará, Camilo Santana, afirmou que o Estado concedeu incentivos fiscais para as empresas se decidirem por criar o hub em Fortaleza, cujo aeroporto foi concedido no início deste ano para a alemã Fraport.

"Um dos principais fatores pela decisão das empresas é a questão da localização geográfica de Fortaleza", disse Santana, sem comentar valor dos incentivos fiscais.

O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, foi na mesma linha, afirmando que se a empresa tivesse optado pela criação do hub em Salvador ou Recife os voos de e para a Europa teriam mais 30 minutos de operação que os de Fortaleza. Segundo ele, a diferença exigiria mais custos com aeronaves e equipes de operação.

Kakinoff afirmou que o objetivo das empresas é permitir um tempo de conexão de passageiros "de menos de 1 hora" em Fortaleza e que a Gol vai começar a vender passagens no Brasil para a Europa em cerca de 30 dias.

O início da operação das empresas em Fortaleza, previsto para maio de 2018,permitirá que passageiros em Manaus ou Belém, ou mesmo no próprio Nordeste, não precisem viajar milhares de quilômetros até São Paulo ou Rio de Janeiro para se conectarem aos voos da companhia aérea europeia para a Europa.

Segundo o diretor da Air France-KLM, atualmente o fluxo de passageiros da empresa entre o Brasil e a Europa é de mais de 1 milhão de passageiros por ano. Com a criação do hub, a empresa terá a partir do próximo ano 40 frequências semanais entre Brasil e Europa, incluindo mais um voo diário para o Rio de Janeiro e mais dois voos para São Paulo.

"Estamos ampliando nossas operações no Brasil, estamos vendo câmbio estabilizado e indicadores positivos para a economia e para a demanda por voos, sejam de lazer ou de negócios, depois de dois ou três anos de crise", disse Pouchol. Segundo ele, a Air France-KLM tinha deixado de operar voos para a Europa a partir do Nordeste no início dos anos de 1990.

As ações da Gol exibiam queda de 4,44 por cento às 12h51. Os papéis não fazem parte do Ibovespa, que caía 1 por cento. Na quinta-feira, as ações da empresa chegaram a avançar 9 por cento antes de encerrarem o dia em alta de quase 4 por cento depois a agência Bloomberg publicou comentários do presidente da norte-americana Delta, também sócia da Gol, sobre eventual aumento de participação na empresa aérea brasileira.

Questionado a respeito, Kakinoff afirmou que a Gol "não tem nenhum engajamento deste tipo" com a Delta e que a empresa "não tem no momento nenhuma agenda nesse sentido".

Kakinoff comentou que a partir de julho de 2018 a Gol começará a receber a versão MAX do Boeing 737 e que isso permitirá que a empresa comece a avaliar novos destinos internacionais.

"O MAX tem até 14 por cento mais de alcance que a geração atual do 737 e isso nos permite chegar a novos destinos como Flórida", disse o presidente da Gol, ressaltando que a empresa ainda não se decidiu por lançar novos voos internacionais. "Entre fim de 2018 e início de 2019 vamos ver (se a empresa terá novos destinos)", acrescentou.

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