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Agricultura suspende exportação da BRF à União Europeia

A suspensão ocorre depois de a BRF ter sido alvo de uma nova fase da operação Carne Fraca da Polícia Federal, no início do mês

BRF: investidores estariam interessados em adquirir parcela da empresa em momento de baixo valor de mercado; ações sobem 4,23% / Germano Luders/Exame (Germano Luders/Exame)

BRF: investidores estariam interessados em adquirir parcela da empresa em momento de baixo valor de mercado; ações sobem 4,23% / Germano Luders/Exame (Germano Luders/Exame)

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Reuters

Publicado em 16 de março de 2018 às 11h17.

Última atualização em 16 de março de 2018 às 15h48.

São Paulo - O Ministério da Agricultura decidiu interromper temporariamente a produção e certificação sanitária de produtos de aves da BRF exportados do Brasil para a União Europeia a partir desta sexta-feira, em mais um revés para a maior exportadora de carne de frango do mundo.

A suspensão ocorre depois de a BRF ter sido alvo de uma nova fase da operação Carne Fraca da Polícia Federal, no início do mês e em meio a discussões sobre mudança de gestão da companhia.

Às 12:09, as ações da companhia recuavam 2,65 por cento, a 24,60 reais. No pior momento, mais cedo, tocaram 23,70 reais, em queda de mais de 6 por cento, voltando a se aproximar de mínimas desde 2011. No começo do mês, o papel já tinha tocado 23,65 reais, menor preço intradia desde agosto de 2011.

A medida afeta 10 fábricas da companhia nos Estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Paraná e Goiás. A BRF tem no Brasil 35 unidades produtivas.

Segundo a BRF, os produtos já alocados na União Europeia ou produzidos e embarcados antes de 16 março podem ser comercializados e utilizados sem restrições na UE.

Técnicos do Ministério da Agricultura vão se reunir na próxima semana em Bruxelas com as autoridades sanitárias das União Europeia para prestar esclarecimentos técnicos. Após a reunião, a medida será reavaliada, disse a BRF.

No mercado há avaliações de que se trata de uma medida para evitar ações mais drásticas e duradouras pela União Europeia, até que o Brasil e o bloco se reúnam na próxima semana. A decisão, contudo, pode fazer a empresa redirecionar produtos para outras regiões e se demorar para ser suspensa poderá desequilibrar a relação de oferta e demanda de aves nesses mercados.

A BRF informou que embarcou 278 mil toneladas de aves e produtos processados para a Europa no ano passado. A companhia não detalhou quanto desse total teve origem nas fábricas brasileiras.

De acordo com um analista de uma grande corretora do país, em termos de volume, a suspensão afeta menos do que 5 por cento do volume total da BRF, assim não teria um impacto expressivo na companhia, mas vem em um momento em que a BRF tem necessidade de expandir margens e reduzir endividamento.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa a avicultura e a suinocultura do país, espera que o Ministério da Agricultura encontre uma solução imediata e efetiva para a retomada das exportações da BRF para a União Europeia.

"O governo brasileiro precisa e deve esclarecer rapidamente a questão. O país não pode ceder às ameaças que colocam em risco milhares de empregos e as empresas do nosso setor", afirmou a entidade em nota, destacando que o país exportou mais de 5 milhões de toneladas de carne de frango apenas nos últimos 10 anos.

 

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