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Gradiente promete voltar às prateleiras em abril deste ano

Segundo Eugênio Staub, fase pré-operacional da companhia já começou e os produtos estarão disponíveis para os consumidores a partir do segundo trimestre do ano

Eugênio Staub: "seria melhor que nada disso tivesse acontecido" (Jefferson Coppola)

Eugênio Staub: "seria melhor que nada disso tivesse acontecido" (Jefferson Coppola)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 4 de janeiro de 2012 às 11h03.

São Paulo - Após inúmeros rumores de quando a marca Gradiente voltaria às prateleiras, nesta segunda-feira, Eugênio Staub, presidente do conselho da IGB Eletrônica, companhia que detém os direitos da marca, assumiu um compromisso e afirmou que os novos produtos da Gradiente chegarão ao mercado em abril deste ano.

Segundo ele, desde o ano passado, a companhia já está em operação e caminha para se consolidar como uma empresa completa. “Toda a parte administrativa já está funcionando. Não posso dar detalhes da operação, mas posso adiantar que tem muita gente que nem imagina que a marca Gradiente um dia deixou de existir”, afirmou o empresário, em teleconferência com a imprensa, nesta segunda-feira.

A Companhia Brasileira de Tecnologia Digital (CBTD), arrendatária da Gradiente, deve começar a gerar receita já a partir do segundo trimestre de 2012. De acordo com Staub, neste momento o faturamento deve ser menor se comparado com as receitas já somadas pela Gradiente no passado. “Mas temos projeções para os próximos dez anos de crescer esses números”, disse.

A IGB, atualmente, tem dívidas que somam cerca de 500 milhões de reais. Boa parte desse valor, no entanto, aproximadamente 390 milhões de reais, será quitada com o arrendamento da marca à CBTD. O restante, débitos de refis, a companhia luta na Justiça para ser extinto.

A companhia espera ainda receber da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) cerca de 235 milhões de reais referentes a um processo ganho pela companhia.  A ação ainda será julgada pela Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Atrasos

Com relação aos atrasos para voltar a operar, Staub afirmou que não se trata de um processo simples. “Estava programado para voltarmos a operar no Natal de 2010, mas não foi possível. Não queríamos que a Gradiente chegasse a essa situação, mas como chegou, estamos tentando ter a melhor solução possível para o problema”, disse. 


Liderada por Staub, a Gradiente, desde 2007, acumula uma série de problemas financeiros. A concorrência acirrada foi, no entanto,  fator determinante para a queda da companhia. Hoje, o mercado de eletroeletrônico é ocupado principalmente por empresas asiáticas.

Para driblar a concorrência, a Gradiente vai apostar em um novo segmento: o de informática. A princípio, a companhia vai focar no desenvolvimento de notebooks e tablets, com o intuito de se diferenciar das demais companhias. O carro-chefe da empresa continua sendo o segmento de eletroeletrônicos, principal ramo de atuação da companhia.

Dentre as apostas da companhia, está a produção de tablets. A CBTD planeja produzir 30.000 unidades neste primeiro momento e ir aumentando a produção nos próximos anos. Em 2013, a produção total pode chegar a 120.000 unidades, quatro vezes mais que no primeiro ano de produção, segundo documento enviado à Secretária de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Amazonas (Seplan).

Acionistas

A IGB possui hoje aproximadamente 2.500 acionistas minoritários que detêm 50% da IGB e passarão, se optarem, a ser acionistas da HAG, empresa criada pela família do empresário Staub. A nova companhia, que será listada na Bovespa, terá 100% do capital da CBTD, que por sua vez é arrendatária da Gradiente. “A ideia é que a HAG seja 40% nossa e 60% dos acionistas minoritários da IGB”, disse Staub.

De acordo com comunicado divulgado ao mercado, atualmente, a HAG vai propor que cada uma das ações da IGB , quando recebida em permuta, confira o direito a dez ações de emissão ofertante.  “A companhia ensejará a cobrança em favor da emissora de 0,025 centavos por ação emitida”, disse o comunicado.

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