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Agências dos Correios funcionam no DF em 1º dia de greve nacional

Entre outras reivindicações, a categoria é contra as mudanças no plano de saúde da empresa

Correios: o início da greve coincide com o julgamento sobre o plano de saúde dos trabalhadores no TST (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Correios: o início da greve coincide com o julgamento sobre o plano de saúde dos trabalhadores no TST (Tomaz Silva/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 12 de março de 2018 às 16h46.

Muitas agências dos Correios funcionam normalmente no Distrito Federal apesar da greve iniciada hoje (12) por servidores da empresa em todo o país.

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) informou que ainda não há balanço da paralisação, mas disse que a adesão é maior no setor de entrega, onde estão concentrado os carteiros.

Entre outras reivindicações, a categoria é contra as mudanças no plano de saúde da empresa, que preveem o pagamento das mensalidades pelos funcionários e a retirada de dependentes dos contratos.

"Além disso, o benefício poderá ser reajustado conforme a idade, chegando a mensalidades acima de R$ 900", informou a Fentect, em nota, ressaltando que o salário médio dos trabalhadores dos Correios é de R$ 1,6 mil, "o pior salário entre empresas públicas e estatais".

Em nota, os Correios reconhecem a greve como direto dos trabalhadores, informando que "um movimento dessa natureza, neste momento, serve apenas para agravar ainda mais a situação delicada pela qual passam os Correios, o que afeta não apenas a empresa, mas também os próprios empregados".

O início da greve coincide com o julgamento sobre o plano de saúde dos trabalhadores no Tribunal Superior do Trabalho (TST), também marcado para amanhã, referente à última negociação salarial.

De acordo com a empresa, o plano de saúde foi discutido "exaustivamente com as representações dos trabalhadores" antes de chegar ao tribunal.

"A empresa aguarda uma decisão conclusiva por parte daquele tribunal para tomar as medidas necessárias, mas ressalta que já não consegue sustentar as condições do plano, concedidas no auge do monopólio, quando os Correios tinham capacidade financeira para arcar com esses custos", diz a nota.

Segundo o secretário-geral da Fentect, José Rivaldo da Silva, entretanto, a empresa gasta hoje 9% da receita com o plano de saúde, o mesmo percentual de dez anos atrás. Ele explicou ainda que o monopólio postal não garante benefícios aos trabalhadores, mas, sim, à sociedade, e que os Correios não têm o monopólio de encomendas. "Essa parte de logística e encomendas já é livre mercado", disse.

Para ele, a empresa não quer discutir a melhoria dos seus processos produtivos e da gestão da empresa. "Isso é fruto de uma política a ser pensada lá na frente para entregar a empresa pública [à iniciativa privada]", disse Silva. "É preciso melhorar as atividades. A tendência é crescer o atendimento, as pessoas confiarem mais nos Correios".

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