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Agências do Banco Rural são lacradas em BH

A sede da instituição, que teve a liquidação extrajudicial determinada pelo Banco Central (BC) na sexta-feira, 02, e os demais imóveis amanheceram lacrados


	As pessoas que têm investimentos ou depósitos no Rural não conseguiram informações nem mesmo pela internet, já que o site do banco foi retirado do ar
 (RAFAEL NEDDERMEYER)

As pessoas que têm investimentos ou depósitos no Rural não conseguiram informações nem mesmo pela internet, já que o site do banco foi retirado do ar (RAFAEL NEDDERMEYER)

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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2013 às 10h04.

Belo Horizonte - Clientes e funcionários do Banco Rural que tentaram entrar nas agências em Belo Horizonte nesta segunda-feira, 05, ficaram frustrados. A sede da instituição, que teve a liquidação extrajudicial determinada pelo Banco Central (BC) na sexta-feira, 02, e os demais imóveis amanheceram lacrados.

As pessoas que têm investimentos ou depósitos no Rural, considerado o núcleo financeiro do esquema do mensalão julgado no ano passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), não conseguiram informações nem mesmo pela internet, já que o site do banco foi retirado do ar.

O BC determinou a liquidação do Rural por causa do “comprometimento da sua situação econômico-financeira” da instituição e da falta de um “plano viável” para sua recuperação. O banco tem agências em 19 Estados.

Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região, Clotário Cardoso, os funcionários não tiveram acesso às agências nem mesmo para pegar seus pertences pessoais.

Representantes dos trabalhadores e do sindicato reuniram-se com o liquidante nomeado pelo BC, Osmar Brasil de Almeida, e tiveram garantia de que os direitos trabalhistas estão mantidos, mas não há previsão por quanto tempo. Pouco mais de 600 pessoas trabalham na instituição.

No caso dos clientes, investimentos de até R$ 250 mil são cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que assegura recursos em cadernetas de poupança, conta corrente, investimentos em certificados de depósito bancário (CDBs), letras de câmbio, de crédito imobiliário e hipotecárias. Acima desse valor, as aplicações serão avaliadas pelo liquidante.


Em comunicado, o Rural salientou que também estão garantidos investimentos de até R$ 20 milhões em depósitos a prazo com garantia especial (DPGE), que têm previsão de serem pagos até o fim da semana, e que empréstimos e financiamentos feitos pelo banco precisam ser quitados.

Cardoso afirmou que a situação já era esperada porque o Rural chegou a ter mais de 3 mil funcionários, mas fez sucessivas demissões, principalmente, depois de ser envolvido na denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República contra os acusados de envolvimento no mensalão. A ex-presidente e dona da instituição Kátia Rabello, o ex-vice-presidente José Roberto Salgado e o ex-diretor Vinícius Samarane foram condenados pelo STF.

De acordo com o sindicato dos bancários, os problemas do Rural, que perdeu cerca de R$ 1,6 bilhão em ativos desde meados do ano passado, continuaram com a troca de Kátia Rabello por João Heraldo Lima no comando da instituição. “O João Heraldo foi diretor do Bemge (Banco do Estado de Minas Gerais) e do Credireal, que foram vendidos.

Há quase dez anos, tentávamos abrir um canal de negociação, mas ele nunca recebeu nenhum representante. Fez uma administração desastrosa, pagando altos salários para os executivos sem cuidar do gerenciamento do banco”, disparou Cardoso. A reportagem procurou a assessoria do Rural para que João Heraldo se manifestasse, o que não ocorreu até o fechamento desta matéria.

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