Hoje, a AES Eletropaulo possui 152 subestações e construirá outras 12 até 2017 - os planos da companhia também incluem a ampliação de 17 subestações existentes (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 21 de junho de 2013 às 10h41.
Rio de Janeiro - Disposta a deixar no passado os problemas que comprometeram sua imagem junto aos consumidores, a AES Eletropaulo prevê investir R$ 3,2 bilhões até 2017 em sua área de concessão para melhorar indicadores de qualidade do serviço e elevar a produtividade e a eficiência de suas operações.
O novo ciclo de aportes da distribuidora inclui reforços e a expansão da malha de distribuição, além de introdução de tecnologias para tornar a operação das redes e o despacho das equipes de campo mais inteligentes.
Apesar de operar em área com alto grau de maturação, a AES Eletropaulo tem observado aumento da carga puxado pelo boom imobiliário na Região Metropolitana de São Paulo, fato que surpreende os próprios executivos da companhia.
Prédios mais velhos estão dando lugar a torres enormes. Com isso, a carga de energia tem crescido em lugares onde, em tese, não deveria crescer tanto, afirmou o diretor vice-presidente de operações da concessionária, Sidney Simonaggio.
O aumento da carga, uniforme em toda a área de concessão da distribuidora, traz o desafio de realizar investimentos no ritmo certo para evitar sobrecargas e atender à demanda.
Hoje, a AES Eletropaulo possui 152 subestações e construirá outras 12 até 2017 - os planos da companhia também incluem a ampliação de 17 subestações existentes.
Estamos operando em uma área de concessão exigente, disse. Hoje, a companhia atende 6,5 milhões de clientes, sendo a maior distribuidora da América Latina em faturamento. Depois de problemas no fornecimento no verão de 2010, a AES Eletropaulo se viu pressionada a aumentar os investimentos para reduzir os riscos de interrupção de fornecimento.
Até então, os aportes ficavam pouco abaixo de R$ 500 milhões por ano, mas em 2012 atingiram o valor recorde de R$ 831,1 milhões. Para este ano, o valor previsto é de R$ 646,8 milhões. O valor médio previsto para o período 2013-2017 é de R$ 640 milhões.
Segundo Simonaggio, a queda no investimento de 2013 em relação a 2012 não significa que a companhia esteja desacelerando seus aportes. Ele explicou que os projetos iniciados nos últimos anos estão sendo concluídos agora, como a digitalização das subestações e a instalação de novos equipamentos.
Temos em torno de 3 mil religadores instalados e instalaremos mais 500 até o final do ano. Como temos 1,750 mil circuitos, isso significa dois religadores por circuito. Isso é mais do que o suficiente, afirmou.
Além das intervenções na rede, o novo ciclo também contempla investimentos em novas tecnologias para aumentar a eficiência das operações.
A empresa firmou contrato de oito anos com a General Electric para adquirir as versões mais recentes dos programas computacionais Distribution Management System (DSM), Mobile Workforce Management (MWM) e Outage Management System (OMS). Segundo o executivo, esses softwares permitirão à distribuidora identificar e resolver os problemas na rede de forma mais rápida.
Impacto
Os investimentos começam a dar resultado. No ranking de continuidade do serviço da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a distribuidora saltou da 23ª posição em 2011 para a 13ª em 2012.
Em números absolutos, Simonaggio disse que a empresa tem o quarto melhor índice de duração das interrupções (DEC) e o terceiro melhor índice de frequência das interrupções (FEC) do País.
Ao final de março, o DEC estava em 8,49 horas e o FEC, em 4,6 vezes, ambos abaixo da meta da Aneel e da média nacional. O que se fala da AES Eletropaulo fora daqui não é a realidade, sustenta.
O objetivo da distribuidora é encerrar o terceiro ciclo tarifário em 2015 abaixo das metas regulatórias da agência, que são de 8,03 horas para o DEC e 5,92 vezes para o FEC. Até 2017, a empresa investirá outros R$ 893 milhões em manutenção, o que permitirá a reconstrução de 202 circuitos de distribuição e 15 quilômetros de transmissão.