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Passageiros da Etihad terão quarto de hotel de luxo nos voos

Empresa e concorrentes do Oriente Médio investem pesado na expansão de negócios por meio da oferta de sofisticação aos clientes


	Cama de casal: dentro do avião, uma cama de tamanho confortável, digna de um hotel
 (Divulgação/Etihad)

Cama de casal: dentro do avião, uma cama de tamanho confortável, digna de um hotel (Divulgação/Etihad)

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Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2014 às 20h50.

São Paulo – Enquanto a TAM anuncia o fim da primeira classe de algumas aeronaves, as companhias aéreas do Oriente Médio pilotam um plano ambicioso de conquistar clientes por meio da oferta do luxo – com requintes nunca vistos até então voando pelos ares.

As três principais companhias da região – Emirates Airlines, Etihad e Qatar Airways – não poupam investimentos para atrair os clientes mais endinheirados que pegam voos de longa distância com frequência.

Tanto que na Dubai Airshow, no ano passado, elas anunciaram um aporte conjunto de espantosos 160 bilhões de dólares na compra de 355 novas aeronaves de corredor duplo, usados em viagens longas.

Trata-se, não apenas de aviões mais largos, mas principalmente do que essas empresas terão de serviços diferenciados para os passageiros.

Um cenário que tem deixado as empresas aéreas americanas e europeias em estado de alerta, com a redefinição do que é luxo em voos.

Cama e mordomo

Um exemplo de como as companhias se preparam para conquistar definitivamente os mais ricos do mundo foi dado pela Etihad, neste mês.

A empresa apresentou as cabines batizadas de Residence by Etihad (veja nas imagens), que estarão disponíveis em seus aviões A380 ainda neste ano – a primeira rota prevista é a de Dubai-Londres.

Não à toa, foi considerado pela imprensa estrangeira como “um produto de classe empresarial que excede de longe a mais alta classe de serviço em qualquer companhia aérea ocidental”.

O espaço privativo acomoda até duas pessoas e conta com sala de estar, quarto duplo separado e banheiro com ducha, além de um mordomo pessoal.

O luxo é garantido – em maior e menor grau - também para os passageiros de todas as classes. Como tem dois andares, o A380 reserva todo seu piso de baixo para os passageiros de classe econômica.

São cerca de 470 assentos, número superior ao total oferecido por qualquer companhia dos Estados Unidos em voos de longo curso, segundo cálculos da Fortune.

Mas é no andar superior que a empresa mostra como e com quem pretende ganhar mais dinheiro. É lá que serviços especiais, como minis escritórios privativos com um assento que vira uma cama de 80,5 centímetros, são ofertados.

As cabines “Residence” miram celebridades e autoridades públicas, dispostas a pagar uma pequena fortuna – 43.000 dólares pela suíte para duas pessoas - por privacidade e conforto.

Para se ter ideia, uma passagem de primeira classe de companhias aéreas o ocidentais giram em torno de 8.000 dólares por pessoa para a mesma rota Dubai-Londres.

Voos mais altos

Emirates e Qatar devem, em breve, se armar com novidades similares para concorrer com a Etihad. Mas a preocupação maior com isso seria, ainda, das companhias ocidentais.

Isso porque muitas, em caminho inverso, têm investido pouco em diferenciais de serviços para pessoas dispostas a pagar mais por isso. E, para piorar, a expansão das companhias orientais para outras rotas só tende a aumentar – e muito.

A Etihad negocia a compra da compra da italiana Alitalia, o que poderia ser uma bela porta de entrada da empresa por toda a Europa, via Milão e Roma.

No continente, a Emirates conseguiu ganhar mercado com uma estratégia de interiorização, com a oferta de voos longos por meio de aeroportos secundários – e virou alvo fácil das concorrentes.

A Qatar Airways investiu 15,5 bilhões de dólares em novo aeroporto em Doha, capital do Catar. O objetivo é ampliar a capacidade de transporte de passageiros e fazer do país uma referência entre o circuito Ocidente-Oriente Médio.

Resta saber se os investimentos em serviços de luxo das companhias do Golfo irão incentivar as concorrentes europeias e americanas a seguir a mesma rota. Quem sabe, no futuro, voar de avião seja puro glamour até em todas mais curtas. 

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