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Advent aposta no Cristo com aumento do turismo no Brasil

Empresas estão fazendo apostas recordes no setor turístico do Brasil dois anos antes de o Rio de Janeiro ser a sede dos Jogos Olímpicos


	O Cristo Redentor, em meio à paisagem do Rio de Janeiro
 (Ricardo Moraes/Reuters)

O Cristo Redentor, em meio à paisagem do Rio de Janeiro (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2014 às 22h48.

São Paulo - A cada ano, três milhões de visitantes percorrem o caminho que leva ao Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. A Advent International acha que o ponto turístico pode atrair muito mais gente.

A Advent e outras empresas de private equity estão fazendo apostas recordes no setor turístico do Brasil dois anos antes de o Rio de Janeiro ser a sede dos Jogos Olímpicos.

Neste ano, pelo menos quatro transações no setor de entretenimento e hospedagem turística foram anunciadas por empresas especializadas em aquisições, como a GP Investments.

Isso é mais do que no ano passado, quando ocorreu apenas uma transação, e é o máximo desde pelo menos 2002, de acordo com os dados compilados pela Bloomberg.

Os investidores estão querendo aproveitar a triplicação dos gastos realizados pelos turistas que ocorreu na última década, cujo valor chegou a US$ 6,7 bilhões no ano passado.

Os parques e as atrações turísticas do País – como a estátua do Cristo Redentor, que observa o Rio do alto, e as Cataratas do Iguaçu, de mais de 80 metros de altura, na fronteira com a Argentina – podem multiplicar por cinco o número anual de visitantes, para 60 milhões de pessoas, estima o Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas (Sindepat).

“A velocidade em que chegaremos a esse objetivo depende principalmente do capital, assim como de uma gestão que conheça o assunto e entenda o Brasil”, disse Alain Baldacci, presidente do Sindepat, em entrevista por telefone, de Itupeva, São Paulo.

Com o apoio das empresas de private-equity, “o modelo de negócio passa a ser mais viável”.

Acordos turísticos

No dia 27 de agosto, a Advent disse que comprou uma participação de 50 por cento na Cataratas do Iguaçu SA, a concessionária brasileira que faz parte do consórcio que opera as entradas, os alimentos e as vendas nas Cataratas e no Corcovado, o parque que abriga o Cristo.

A empresa também faz negócios em Fernando de Noronha, o arquipélago de 21 ilhas que é um parque nacional visitado pelos turistas que desejam ver golfinhos e tartarugas marinhas.

No mês passado, a GP, com sede nas Bermudas, também anunciou uma oferta para adquirir todas as ações em circulação da BHG SA, a terceira maior operadora de hotéis do Brasil.

Em maio, a HSI– Hemisfério Sul Investimentos, empresa de private-equity imobiliário com sede em São Paulo, disse que comprou uma dúzia de hotéis através da sua matriz, a holding doispontozero.

Em março, a companhia on-line de hospedagem turística Hotel Urbano Serviços Digitais SA anunciou que recebeu US$ 50 milhões de um grupo investidor que inclui a empresa de capital de risco Tiger Global Management LLC.

No ano passado, o Brasil recebeu 9,5 milhões de turistas, o que representa um aumento de 75 por cento em relação ao ano 2000, de acordo com dados do Ministério do Turismo.

As vendas das agências de turismo aumentaram 11 por cento no segundo trimestre na comparação com o ano anterior, conduzidas por um aumento de 16 por cento no segmento de parques, conforme os dados.

Esse crescimento ocorreu apesar de a economia do País ter se contraído 0,6 por cento no trimestre, a segunda queda consecutiva.

Reinvenção do Brasil

“O Brasil realmente se reinventou como destino turístico – e não só como destino turístico, mas como um destino empresarial também –”, disse Vinicius Lages, ministro do Turismo, em entrevista à Bloomberg Television, em Nova York, no dia 2 de setembro.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão responsável pelo Corcovado, vai leiloar uma concessão no dia 20 de outubro para operar o trem que vai ao topo da montanha onde está o Cristo.

A Advent não quis dizer se a Cataratas vai dar um lance pela concessão.

“É um setor que estava fora do radar de muita gente”, disse Mario Malta, diretor administrativo da Advent, em entrevista, em São Paulo.

“Se você considerar os parques individualmente, eles são bem pequenos. Mas se você ganhar três ou quatro concessões, como aconteceu com a Cataratas, você chegará ao tamanho que atrai fundos, como nós”.

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