Dantas: experiência em casos da Lava-Jato e participação no comitê de medidas disciplinares da Petrobras (Paulo Barbagli Barbosa/Divulgação)
Denyse Godoy
Publicado em 29 de dezembro de 2020 às 09h01.
Última atualização em 29 de dezembro de 2020 às 20h56.
A advogada Adriana Dantas, especializada em investigações anticorrupção, compliance e direito internacional, foi escolhida como nova presidente do comitê de sanções do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), órgão que julga se algum recebedor de empréstimo da instituição incorreu em prática proibida no uso dos recursos. É a primeira vez que um cidadão brasileiro ocupa essa posição no comitê, formado por quatro funcionários do banco e quatro membros externos.
"Em suma, o comitê assegura que os créditos direcionados pelo BID não sejam desviados em esquemas de fraude, corrupção ou cartel", diz Dantas, que toma posse em 1 de janeiro. O processo de seleção, que durou dois anos, foi concluído no início de dezembro.
Os novos componentes do comitê vão ter que analisar uma situação inédita. O BID geralmente financia grandes obras de infraestrutura na América Latina, mas neste ano destinou muitos recursos para ações de combate à pandemia do novo coronavírus. A destinação desse dinheiro está na mira do banco agora.
"Espero oferecer ao BID muita energia, vontade de trabalhar e experiência na condução de casos de combate à corrupção com impacto em vários países", diz Dantas, que desde 2004 vem atuando em casos de pagamento de propina no Brasil e na Lava-Jato defendeu empreiteiras. Também é membro do comitê de integridade da Petrobras. "O trabalho desse grupo para assegurar que a empresa continue no caminho da integridade tem sido fundamental."