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Adquirida pelo iFood, Zoop fatura mais de R$ 280 milhões e quer dobrar de tamanho em dois anos

A empresa foi adquirida em junho pelo iFood, em um processo que começou a partir de investimentos da Prosus, controladora do iFood, ainda em 2017

Fabiano Cruz, da Zoop: Nós estamos buscando muito esses cases de embedded finance e começando a olhar também indústrias (Zoop/Divulgação)

Fabiano Cruz, da Zoop: Nós estamos buscando muito esses cases de embedded finance e começando a olhar também indústrias (Zoop/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 7 de setembro de 2024 às 10h00.

Última atualização em 20 de setembro de 2024 às 08h49.

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A analogia está pronta na cabeça de Fabiano Cruz, CEO da Zoop, startup fundada em 2013 com a visão de que todo o negócio precisaria criar um braço de pagamentos - ou, no jargão do mercado, aderir à fintechização. A empresa foi adquirida em junho pelo iFood, em um processo que começou a partir de investimentos da Prosus, controladora do iFood, ainda em 2018. A compra foi o capítulo final, quando mais de 80% da startup já estavam nas mãos do grupo.

Longe de ser incorporada pela operação, a startup tem buscado reforçar a independência e a liberdade para fechar negócios com diversas empresas no mercado. 

"Assim como está AWS ali dentro da Amazon, a Zoop também está dentro do iFood. Isto é, temos a possibilidade de vender serviços financeiros para o mercado, além da área de alimentos. Continuamos operando 100% de forma autônoma", afirma Cruz, co-fundador da startup ao lado do cientista da computação Rodrigo Miranda. A metáfora é uma forma de afugentar eventuais questionamentos sobre fazer parte uma outra negócio. 

Como funciona o negócio da Zoop

Além do iFood, com quem atua o banco digital iFood Pago, instituição que transaciona R$ 70 bilhões por ano, e com o iFood Benefícios, cartão multi-benefícios da plataforma de delivery, a startup tem clientes como Nubank, OLX e Olist. 

A Zoop está estruturada como uma plataforma white label e funciona como um lego, em que as empresas selecionam quais serviços desejam ofertar aos seus usuários. Com a tecnologia, grandes e médios negócios podem criar os seus digitais digitais, ampliando o relacionamento com os seus clientes.

Em pagamentos, por exemplo, a ferramenta oferece produtos de integração via cartão de crédito, Pix, boleto, link de pagamento e recorrência. "Muita gente usou a Zoop em algum momento da sua vida e nem sabe que usou", diz Cruz.

A startup conta com mais de 500 clientes, com perfil que parte de um faturamento mínimo mensal de R$ 3 milhões. O grosso da receita, 70%, provém de um grupo de 40 grandes empresas, que inclui Sympla, Itaú e Infracommerce.

"O nosso foco é em enterprise, que são clientes que, geralmente, mudam o nosso ponteiro e fazem com que nós exercitemos toda a tecnologia que colocamos para rodar", afirma Cruz.

A startup prevê ainda ganhos crescentes com o embedded finance, com empresas tradicionais em setores não financeiros criando as suas operações. Um estudo da Deloitte de 2022 projeta que esse mercado deve gerar receitas superiores a R$ 26 bilhões em 2026. 

O futuro da Zoop

"Nós estamos buscando muito esses cases de embedded finance e começando a olhar também indústrias muito tradicionais que têm grandes redes de varejo e podem ser beneficiadas desse comércio, que é digital mas também com produtos para os ambientes físicos. É um mercado inexplorado pelo tamanho que isso pode ter", diz o CEO. 

É com esses movimentos que a Zoop projeta um crescimento de 36% no encerramento do próximo ano fiscal, em março de 2025. A estimativa é encerrar o período com mais de R$ 386 milhões, após R$ 283 no último ciclo. "Nós queremos dobrar o tamanho do negócio entre 2025 e 2026", afirma o empreendedor. A startup ficou na 16ª posição entre as empresas que mais cresceram em 2023 no ranking EXAME Negócios em Expansão, na categoria de R$ 150 milhões  a 300 milhões.

Nos últimos 12 meses, o Zoop melhorou a estrutura da operação, mais eficiente e lucrativa. No período, o EBITDA registrou alta de 237,85%.

Capitalizada após a aquisição pelo iFood, a startup também mira a compra de outras startups para apoiar os próximos movimentos. “O crescimento inorgânico sempre estará no radar, tem um time muito forte com estratégia M&A aqui. Procuramos por tecnologias que nos deem uma vantagem competitiva no curto prazo de alguma maneira”, afirma o CEO.

O que é o ranking EXAME Negócios em Expansão

O ranking EXAME Negócios em Expansão é uma iniciativa da EXAME e do BTG Pactual. O objetivo é encontrar as empresas emergentes brasileiras com as maiores taxas de crescimento de receita operacional líquida ao longo de 12 meses. Em 2024, a pesquisa avaliou as empresas brasileiras que mais conseguiram expandir receitas ao longo de 2023.

A análise considerou os negócios com faturamento anual entre R$ 2 milhões e R$ 600 milhões. Após uma análise detalhada das demonstrações contábeis das empresas inscritas, a edição de 2024 do ranking foi lançada no dia 24 de julho.

São 371 empresas de 23 estados brasileiros que criam produtos e soluções inovadoras, conquistam mercados e empregam milhares de brasileiros. Conheça o hub do projeto, com os resultados completos do ranking e, também, a cobertura total do evento de lançamento da edição 2024.

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