Negócios

“Acredito que a relação do Brasil com o banco do futuro irá se intensificar”, diz CEO da QI Tech

A fintech dobrou a receita líquida no último ano e participa pela segunda vez do ranking Exame Negócios em Expansão. O próximo passo? Alcançar receita líquida de R$ 780 milhões e internacionalizar

Pedro Mac Dowell, CEO da QI Tech: “Ajudamos empresas de diferentes áreas, como telefonia, varejo, energia ou transporte, a oferecer serviços como empréstimo financeiro ou cartão de crédito” (Leandro Fonseca/Exame)

Pedro Mac Dowell, CEO da QI Tech: “Ajudamos empresas de diferentes áreas, como telefonia, varejo, energia ou transporte, a oferecer serviços como empréstimo financeiro ou cartão de crédito” (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 8 de agosto de 2024 às 10h24.

Tudo sobreNegócios em Expansão 2024
Saiba mais

O uso maciço de inteligência artificial (IA) como parte importante da transformação digital das empresas brasileiras colaborou para o ótimo desempenho das empresas selecionadas para a categoria de 300 milhões a 600 milhões de reais do Ranking EXAME Negócios em Expansão 2024. É a primeira vez que empresas desse porte figuram no anuário. A recordista de crescimento entre as 14 selecionadas desta categoria é a fintech paulistana QI Tech, que aparece pela segunda vez no ranking da EXAME. No ano passado a fintech ficou na segunda colocação na categoria de 150 a 300 milhões de reais, com receita líquida de 184 milhões de reais, registrando um crescimento de 135,72% em 2022. Neste ano, a empresa se consagra como a primeira colocada da nova categoria com crescimento de 134,57% em 2023, alcançando mais que o dobro da receita líquida do ano anterior, somando mais de 433 milhões de reais.

O motivo da expansão está na captação de novos e grandes clientes no último ano. Criada em 2018, em São Paulo, pelo administrador Pedro Mac Dowell e seus sócios Marcelo Bentivoglio e Marcelo Buosi, a QI Tech surge com a missão de oferecer infraestrutura digital para que empresas de diferentes segmentos possam ofertar produtos financeiros.

“Ajudamos empresas de diferentes áreas, como telefonia, varejo, energia ou transporte, a oferecer serviços como empréstimo financeiro ou cartão de crédito”, conta Dowell.

A aposta em um novo mercado

A companhia, que antes era focada em mercados de capitais e bancos, começou a apostar no mercado corporativo nos últimos anos e desde então viu a sua expansão decolar no Brasil de forma muito rápida. Isso porque a QI Tech empresta a sua infraestrutura de tecnologia financeira a uma grande companhia que possui um ecossistema de clientes já consolidado. A Vivo, por exemplo, faz parte da sua carteira de clientes e consegue oferecer seu serviço financeiro aos seus milhares de clientes.

“Muitas empresas possuem um conhecimento muito maior do cliente do que uma instituição financeira. Ganha a empresa que ao prover o crédito ganha com os juros, e ganha o cliente que possui acesso a um crédito mais rápido e facilitado”, diz o CEO que conseguiu atrair no último ano novos clientes, como a 99 Táxi e a Shoppe.

Um aporte, muitas expectativas

Em outubro do ano passado a QI Tech recebeu um aporte de 200 milhões de dólares numa captação liderada pelo fundo global General Atlantic. O objetivo do investimento era de expandir a infraestrutura da fintech, que assim fez: a QI Tech comprou outra companhia e passou a oferecer para o cliente toda a cadeia de um produto financeiro, desde o cadastro para a abertura de conta até todos os processos que envolvem as transações financeiras.

Com os novos recursos, a fintech gerou um volume de operações estimado em 35 bilhões de reais este ano, considerando seus mais de 300 clientes. A estratégia de crescimento para os próximos anos inclui IPO e a internacionalização.

“A parte societária da companhia está nos Estados Unidos, mas a empresa opera no Brasil. O fato de já está lá fora ajudará no processo de IPO”, diz o empresário.

A intenção internacional não tira o foco do executivo de expandir no Brasil, uma vez que cerca de 30% da população brasileira não tem conta no banco, afirma o CEO. “Acredito muito que a relação do Brasil com o banco do futuro só tende a se intensificar, seja dentro de uma telefonia ou em uma empresa de varejo, temos muito espaço para crescer ainda aqui”.

É com esse pensamento que o CEO da QI Tech prevê uma receita líquida de aproximadamente 780 milhões de reais para 2024, com um crescimento de 103% no começo do ano.

O que é o ranking EXAME Negócios em Expansão

O ranking EXAME Negócios em Expansão é uma iniciativa da EXAME e do BTG Pactual. O objetivo é encontrar as empresas emergentes brasileiras com as maiores taxas de crescimento de receita operacional líquida ao longo de 12 meses. Em 2024, a pesquisa avaliou as empresas brasileiras que mais conseguiram expandir receitas ao longo de 2023.

A análise considerou os negócios com faturamento anual entre R$ 2 milhões e R$ 600 milhões. Após uma análise detalhada das demonstrações contábeis das empresas inscritas, a edição de 2024 do ranking foi lançada no dia 24 de julho.

São 371 empresas de 23 estados brasileiros que criam produtos e soluções inovadoras, conquistam mercados e empregam milhares de brasileiros. Conheça o hub do projeto, com os resultados completos do ranking e, também, a cobertura total do evento de lançamento da edição 2024.

Acompanhe tudo sobre:Negócios em Expansão 2024TecnologiaBancos

Mais de Negócios

Imposto a pagar? Campanha da Osesp mostra como usar o dinheiro para apoiar a cultura

Uma pizzaria de SP cresce quase 300% ao ano mesmo atuando num dos mercados mais concorridos do mundo

Startup cria "programa de fidelidade" para criadores de conteúdo e times de futebol

Sem antenas, mas com wi-fi: esta startup chilena quer ser a "Netflix" da TV aberta